Paraná busca liderança nas exportações de frango

Maior produtor nacional de frango, o Paraná caminha para ser o primeiro exportador até o final do ano. Nos cinco primeiros meses de 2003, o faturamento com as exportações do produto cresceu 63,6%, totalizando US$ 170,8 milhões – contra US$ 104,3 milhões em igual período do ano passado. No acumulado do ano, Santa Catarina exportou US$ 204,5 milhões e Rio Grande do Sul, US$ 163,4 milhões, com incrementos de 3,6% e 27,6%, respectivamente. O Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná) estima que o valor recebido em dólar nas vendas internacionais de carne de frango do Estado aumente 12% em 2003, elevando a receita anual de US$ 331,3 milhões para US$ 371 milhões.

“Com as plantas já trabalhadas, o Paraná tem condições de chegar no final do ano como maior exportador”, diz o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins. Segundo ele, a projeção de expansão nas exportações decorre de uma soma de fatores. “A cada mês, novas empresas ingressam nesse mercado. Hoje há 17 estabelecimentos habilitados para exportação no Paraná, mas até o final do ano esse número deve chegar a 20 ou mais”, revela. Os frigoríficos do Estado operam com 70% da capacidade instalada, com previsão de reduzir a ociosidade nos próximos meses. “A Chapecó voltou a operar no Paraná, através da Globoaves, com volume expressivo voltado para exportação”, cita Martins.

A partir de setembro, a cooperativa agroindustrial Lar, de Medianeira, passará a exportar frango pré-cozido, marcando a entrada do Paraná em um nicho de mercado em ascensão, porém praticamente inexistente no País. O investimento de R$ 6 milhões na planta permitirá elevar os ganhos de US$ 1,8 mil para US$ 3,2 mil por tonelada de cortes nobres, como peito. Outro mercado que está crescendo é a Ásia, para onde o Paraná está comercializando cortes de alto valor agregado. Pela coxa desossada, as empresas recebem US$ 2,3 mil por tonelada, enquanto o pé de galinha sai por US$ 180.

O frango é o terceiro produto na pauta de exportações do Paraná, atrás do complexo soja e automóveis. Em maio, as vendas de frango para o exterior representaram 6,7% da receita total obtida pelas exportações, com preço médio de US$ 922,53 a tonelada. É a maior cotação do produto no País, 3,9% acima da média nacional (US$ 887,31). Nos cinco primeiros meses de 2003, o frango paranaense foi vendido pelo preço médio de US$ 850,57 a tonelada, valor 5,9% superior à média brasileira (US$ 802,75). Em Santa Catarina, que lidera as exportações do produto, o valor de venda no mercado externo foi de US$ 888,81 em maio e US$ 816,84 na média do ano. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Volumes

Com produtos de maior valor agregado, o Paraná já figura com a segunda maior receita nas exportações de frango do País, mesmo com volume um pouco abaixo do Rio Grande do Sul. De janeiro a maio, as indústrias avícolas paranaenses embarcaram 200,8 mil toneladas (26,5% do total do País), 83,6% mais que no mesmo período de 2002. O Rio Grande do Sul exportou 205,4 mil toneladas (27,1%) e Santa Catarina, 250 mil toneladas (33%). No acumulado do ano, o Brasil vendeu 757,2 mil toneladas de frango, volume 45,7% maior que no ano passado, enquanto a receita cresceu 25,4%, totalizando US$ 607,8 milhões.

Em maio, as exportações brasileiras somaram 129 mil toneladas, 36,7% mais que em maio de 2002. As vendas somaram US$ 114,4 milhões, valor 42,9% superior ao ano passado. No Paraná, o crescimento foi de 77,5% no volume embarcado (33,3 mil toneladas) e de 75,8% na receita (US$ 30,8 milhões). Na comparação com abril, a receita das exportações brasileiras de carne de frango caiu 5,5% e o volume diminuiu 10,5%. No Paraná, houve retração de 10,2% no faturamento e de 13,9% na quantidade. De acordo com o presidente do Sindiavipar, esse recuo foi atípico, em função da renegociação das cotas para a Rússia, mas deve ser revertido nos próximos meses. “O Paraná representava mais da metade do volume destinado à Rússia, que foi diminuído em 25 mil toneladas nesse ano, mas estamos ampliando os negócios com países da antiga União Soviética.”

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