Paraná avança na produção de biocombustível

O trabalho de parceria realizado pelos vários órgãos de governo na questão da produção do biodiesel no Paraná foi destacado ontem, durante reunião da Escola de Governo, pelo governador em exercício Orlando Pessuti. Durante a reunião, Pessuti falou da importância da pesquisa e extensão rural para se obter uma tecnologia própria de biocombustível desenvolvida no Estado.

?Essa reunião foi fundamental para mostrar a cada um de vocês aquilo que nós estamos fazendo enquanto governo do Estado do Paraná. O programa Paraná Bioenergia tem inúmeros parceiros – como as Secretarias de Meio Ambiente, da Agricultura e Abastecimento, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Emater, Iapar e Tecpar?, afirmou ele.

Durante a sua apresentação, o governador em exercício falou sobre o trabalho de extensão rural realizado pela Emater e aproveitou para parabenizar a empresa pública pelos seus 51 anos comemorados no dia 20 de maio.

Pessuti também ressaltou a importância do papel do Iapar, quando mostrou o mapa com as localidades onde estão sendo pesquisadas novas variedades de oleaginosas no Paraná, e do Tecpar, que, segundo ele, ?desde as primeiras reuniões sempre tinha as melhores informações sobre o biodiesel?. ?Com todo esse trabalho eu tenho convicção que nós vamos poder realmente dar bons exemplos ao Paraná e ao Brasil?, avaliou.

Para a produção do biodiesel no Paraná, uma das intenções revelada pelo governador em exercício é a reconversão das lavouras de tabaco. ?O governo do Paraná defende as substituições das lavouras de fumo por oleaginosas, que possam realmente dar renda e uma qualidade ambiental e uma vida melhor para as pessoas?, afirmou.

Para isso, acrescentou, é necessário que as pesquisas dêem resultados, inclusive com a possibilidade de trabalho com outras alternativas de oleaginosas, como o cambre, planta de origem asiática, chamada popularmente de ?ervilhaca peluda?. ?É uma pesquisa, um trabalho que está começando e vai se desenvolvendo. Nós já falamos do pinhão-manso, da mamona, do amendoim, do girassol, daqui a pouco nós vamos estar falando do que pode o cambre nos oferecer?.

Estado inicia produção de biodiesel este ano

O programa paranaense de biodiesel será uma realidade ainda neste ano, quando o Paraná se inserir no programa nacional de biocombustíveis e nas diretrizes da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A importância econômica e social do programa no Estado, o desenvolvimento das pesquisas com plantas oleaginosas realizadas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a inserção do agricultor familiar nesse projeto foi o tema de exposição do secretário da Agricultura, Valter Bianchini, na Escola de Governo de ontem (22).

O governo do Estado já investiu R$ 3,4 milhões no programa paranaense de bioenergia, com aplicação exclusiva em pesquisas que estão se desenvolvendo desde 2005. No Iapar, que faz pesquisas com produção de oleaginosas, com potencial para produção de óleo e equipamentos para extração e produção de óleo na pequena propriedade, já foram aplicados R$ 1,3 milhão. E no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), responsável pelas pesquisas de fabricação do biocombustível e instalação de uma usina piloto, já foram aplicados R$ 2,1 milhões.

Bianchini destacou o interesse de empresários portugueses na instalação de usinas de biodiesel no Paraná. Na semana passada, uma delegação esteve pesquisando a aplicação do programa no Estado e, para junho, outra delegação de empresários daquele país participará de um seminário, em Curitiba, também para estabelecer contatos para instalação de usinas.

O secretário esclareceu que, no Paraná, o cultivo de grãos para produção de óleo para compor o biodiesel não vai concorrer com a produção de alimentos. Para isso, o Iapar está pesquisando uma série de alternativas de oleaginosas como o girassol, amendoim, mamona, pinhão-manso, nabo forrageiro e até o cambre (planta de origem asiática), cujos grãos apresentam potencial de produção de óleo, para não concorrer com a soja e o algodão.

Benefícios fiscais

Segundo Bianchini, ao contrário do programa do álcool e do açúcar, quando a agricultura familiar ficou à margem do processo de produção, o programa nacional de biocombustíveis reserva um amplo espaço aos agricultores familiares, já que estão previstos benefícios fiscais para as usinas.

Os empreendimentos interessados em se habilitar aos benefícios, que vão da redução de 70% do PIS/Cofins até a isenção total desse imposto, deverão obter o selo social, só concedido para quem comprar parte da produção dos agricultores familiares. Nas regiões sul e sudeste, 30% da matéria prima deverá ser comprada da agricultura familiar, para que as empresas possam se habilitar ao selo social. (AEN)

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