O reconhecimento do Paraná como área livre da aftosa e da peste suína clássica fez com a carne de porco se tornasse, no primeiro semestre deste ano, o produto com maior crescimento na pauta das exportações do Estado.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o aumento das vendas de carcaças e meia carcaças de suínos para outros países foi de 810% de janeiro a junho de 2002, em comparação com o mesmo período de 2001.
Para isso, a quantidade de peças inteiras e meias peças, que representava 0,03% do conjunto das exportações do Estado, subiu de 682 mil toneladas para 8,2 milhões de toneladas, passando a ter uma equivalência de 0,4% da pauta das vendas externas paranaenses. Em divisas, a elevação foi de US$ 856 mil para US$ 7,805 milhões.
No entanto, a Secex contabiliza separadamente a venda de outras partes de suínos, como o pernil, cujas vendas no semestre chegaram a US$ 14,8 milhões, ou 0,75% da pauta. Com isso, a soma de carcaças, meia carcaças e pedaços de suínos hoje já representa 1,15% de tudo o Paraná vende para outros países, o que garantiu no semestre divisas de US$ 22,6 milhões.
Livre das doenças
O Paraná tem o segundo maior rebanho suíno do país, com 4,4 milhões de cabeça número ligeiramente inferior ao de Santa Catarina, que é de 4,7 milhões. Se incluídos os pequenos produtores, a suinocultura paranaense estaria espalhada por 126 mil propriedades rurais. Os maiores compradores do Paraná, Estado responsável por 17% de toda produção de carne suína do Brasil, são a Rússia, a União Européia, a China, o Chile e o Japão.
Os principais rebanhos paranaenses estão nos municípios de Toledo, Francisco Beltrão, Cascavel e Ponta Grossa. Para garantir a sanidade animal dos rebanhos, o governo do Paraná aplicou só nos anos de 2000 e 2001 cerca de R$ 28 milhões na defesa agropecuária.
Produção de grãos cresce 50%
A produção de grãos nas lavouras do Paraná aumentou em 50% em sete anos. A safra pulou de 16 milhões de toneladas em 1994 para 24 milhões de toneladas em 2001. A soja, cuja produtividade cresceu 58% em pouco menos de 20 anos, continua liderando os resultados.
O Paraná colheu nesta safra 9,4 milhões de toneladas do grãos, a maior produção de sua história. A previsão é de novo recorde na safra 2002/2003, com uma produção prevista de 10 milhões de toneladas, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura. A pesquisa aponta uma tendência de crescimento de 3,7% na área plantada com soja, que deve chegar a 3.417.000 hectares.
Se confirmada a previsão, a lavoura estaria acumulando um aumento de 25% em área plantada nas duas últimas safras, com uma incorporação de 615 mil hectares. A região com indicação de maior crescimento na área plantada é o Arenito-Caiuá, no Noroeste, com a entrada da soja em locais anteriormente ocupados somente por pastagens.
A comercialização da produção de soja desta safra vai representar R$ 3,15 bilhões, valor superior ao faturamento do período anterior, que foi de R$ 2,74 bilhões. As exportações do grão devem render US$ 1,57 bilhão ao Estado. Entre grãos, farelo e óleo, a estimativa é que o Paraná exporte 9,05 milhões de toneladas. Serão 4,5 milhões de toneladas de grãos, 4 milhões de toneladas de farelo e 550 mil toneladas de óleo.
Em valores, a exportação prevista para 2002 é cerca de 10% superior em relação à 2001 (US$ 1,43 bilhão).