Paraná acaba com pedágio em Guaíra

O governo do Estado vai extinguir a cobrança de pedágio na ponte Guaíra, que liga o Paraná ao Mato Grosso do Sul. O contrato com a empresa que cobra o pedágio termina no dia 14 de junho e o governador Roberto Requião (PMDB) disse ontem na reunião semanal do secretariado que não irá renovar a concessão. A ponte começou a ser construída no primeiro mandato de Requião (1991 a 1994) e foi inaugurada na administração de Jaime Lerner (PSB), em 95, que implantou a cobrança de pedágio.

A empresa que administra a ponte de 3.598 metros é a F.Andreis, a mesma que opera o serviço de ferry-boat, em Guaratuba. O governador viu no vencimento do contrato, a oportunidade para pôr fim à cobrança do pedágio que havia sido usada pela bancada de oposição há algumas semanas para desqualificar as ações do governo contra as concessionárias que administram o pedágio nas rodovias estaduais. Os deputados de oposição afirmaram que o atual governo também cobrava pedágio e citaram a tarifa da Ponte de Guaíra como a mais cara do País.

A liderança do governo reagiu afirmando que a responsabilidade pela implantação da cobrança era de Lerner e dos seus aliados na Assembléia Legislativa, que agora integram a bancada de oposição ao atual governo e atacam a estratégia usada pelo governo para tentar reduzir os valores das tarifas.

Ontem, Requião disse que fez 95% das obras da ponte e que ao assumir Lerner ainda elevou o custo da obra e implantou o pedágio. O governador citou que o orçamento inicial da ponte era de R$13 milhões e que ao final, o seu sucessor acabou elevando o custo da obra para R$ 33 milhões. Segundo o governador, a ponte foi construída para ajudar no transporte de grãos para o Porto de Paranaguá e é estratégica para integrar o Paraná com países do Mercosul. Ele lembrou ainda que a ponte eliminou um ponto crítico de estrangulamento, pois a travessia era feita por balsas, um sistema lento, precário, de alto risco e que aumentava o custo de transporte.

Ontem, após saber que o governador não renovará o contrato, o deputado Durval Amaral (PFL), ex-líder do governo Lerner, disse que Requião tinha atendido a um apelo do grupo. Isto porque, segundo Amaral, o contrato não venceria na data informada pelo governo e a responsabilidade pela cobrança do pedágio não é da empresa privada, mas do próprio governo.

"Elogio o governador por sua ação. A determinação dele atende rigorosamente ao requerimento encaminhado pela liderança da oposição no dia 23 de fevereiro passado", afirma o deputado pefelista. "Aqui nesta tribuna denunciei que o uso da ponte de Guaíra – que liga o Paraná ao Mato Grosso do Sul – era o mais caro do Brasil, superando até mesmo as tarifas cobradas no trecho da ponte Rio-Niterói, no Estado do Rio de Janeiro", afirmou Amaral.

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