Parallaxis: despesas no Governo Central vieram maiores que o esperado

O economista-chefe da Parallaxis Consultoria, Rafael Leão, apontou as despesas acima do esperado como a maior surpresa em relação ao déficit primário de R$ 8,05 bilhões do Governo Central de maio anunciado nesta quinta-feira, 25, pelo Tesouro Nacional. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele disse que este detalhe demonstra a dificuldade que o governo federal está tendo em contingenciar suas despesas e que o desafio para o cumprimento da meta fiscal será grande em 2015.

“A redução da meta deverá acontecer logo, pois as condições estão difíceis”, comentou Leão, referindo-se ao valor perseguido pelo governo federal de R$ 66,3 bilhões (1,1% do Produto Interno Bruto) para o superávit primário do setor público consolidado.

Com o déficit de maio, o superávit primário acumulado no ano do Governo Central teve queda real de 67,5%, para R$ 6,62 bilhões. O resultado acumulado nos cinco primeiros meses do ano é o pior para o período desde 1998. O Governo Central reúne as contas do Tesouro, INSS e Banco Central. O setor público reúne as contas do Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras.

A Parallaxis Consultoria trabalhava com a previsão de déficit primário de R$ 5,574 bilhões para o Governo Central.

“A grande surpresa veio do lado da despesa, dado que a receita do Tesouro veio até superior ao que estimávamos”, destacou. “As receitas são muito mais elásticas em relação ao ciclo de atividade do que as despesas, que são algo muito mais engessado e difícil de reduzir, dada as muitas obrigatoriedades”, explicou, lembrando que o próprio baixo ritmo de atividade do País é um fator importante que também não ajuda atualmente na entrada de receitas.

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