Paraguai permite inspeção de técnicos do Panaftosa

O impasse entre Brasil e Paraguai com relação à investigação de suspeita de febre aftosa no país vizinho chegou ao fim, depois de quase 20 dias. Em reunião realizada ontem (9) no Rio de Janeiro, a pedido do governo brasileiro, com representantes também da Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia, o Paraguai concordou com a inspeção de uma comissão técnica formada por representantes dos seis países e coordenada pelo Panaftosa (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa)  às propriedades onde há suspeita da doença, na localidade de Corpus Christi, província paraguaia de Canindeyú.

Esta comissão irá anaIisar documentos e coletar amostras dos animais com sintomas de enfermidade vesicular, que serão analisadas pelo laboratório do Panaftosa. Os trabalhos da comissão começarão na segunda-feira e deverão ser concluídos em 15 dias, segundo o diretor substituto do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza. A concordância do Paraguai com a investigação foi firmada em uma resolução assinada pelos representantes de cada país presentes à reunião.

Os técnicos também concluíram que, ao contrário do que o Paraguai vinha afirmando, há suspeita é realmente de febre aftosa. Esta conclusão foi baseada no resultado de testes feitos em amostras coletadas de 460 animais localizados em propriedades de Corpus Christi pelo Serviço Nacional de Saúde Animal do Paraguai (Senacsa) e enviadas ao Panaftosa. Conforme a resolução assinada pelos seis países e pelo Panaftosa, dos 460 animais examinados, 10 apresentaram reação sorológica positiva.

A investigação a ser feita pelo grupo técnico dirá se a presença do vírus nesses animais é provocada por vacina ou por um novo foco de aftosa, segundo Souza. O grupo técnico, além de coletar novas amostras dos bovinos e examinar a documentação veterinária já existente sobre o caso, irá identificar as propriedades envolvidas e suas relações de risco para os demais países.

Enquanto não houver uma conclusão sobre o assunto, o Brasil continuará com a fronteira com o Paraguai fechada e com o ingresso de animais suscetíveis à aftosa, produtos e subprodutos proibidos de ingressar em território brasileiro. Também serão mantidas as barreiras sanitárias (físicas e móveis), assim como a presença de unidades das Forças Armadas nos municípios brasileiros do Mato Grosso do Sul e do Paraná considerados zonas de risco pela proximidade com o Paraguai.

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