| Foto: Arquivo/O Estado |
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| País se beneficia dos problemas de aftosa no Brasil. |
Embalado pela condição de região livre de febre aftosa com vacinação, reafirmada no mês passado pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), enquanto seus vizinhos Brasil e Argentina, com registros de focos da doença a partir de outubro do ano passado, enfrentam o boicote internacional, o Paraguai já exportou este ano 30% a mais carne que no mesmo período do ano passado. Segundo o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal, foram exportadas nos cinco primeiros meses deste ano 103,7 toneladas de carne, com predominância da bovina (quase 70 mil toneladas), contra 74.761 toneladas no mesmo período do ano passado, das quais 49,3 de origem bovina.
As exportações de carne renderam este ano US$ 206,3 milhões, enquanto nos cinco primeiros meses de 2004 o faturamento com a venda externa deste produto foi de US$ 122,4 milhões. A projeção para este ano é faturar US$ 450 milhões – US$ 125 milhões a mais do que no ano passado. Se a meta for atingida, o Paraguai venderá 40% a mais de carne este ano do que no ano passado.
A condição de país livre da aftosa está atraindo a cobiça de contrabandistas russos. Um plano de utilizar o Paraguai para triangular carne procedente de países asiáticos, onde os controle sanitários são menos rígidos, foi descoberto no mês passado com a apreensão de 525 toneladas de carne de porco. O lote foi despachado da China e seria enviado à Rússia, mas antes receberia a certificação de procedência Paraguaia num frigorífico de grande porte que uma empresa de capital russo está construindo em San Ignacio, estado de Missiones (próximo às fronteiras do Brasil e Argentina).
Apesar de o frigorífico estar quase concluído, a empresa controladora – com o sugestivo nome de Dios (Deus, em espanhol), não havia ainda solicitado o alvará. Com a apreensão das 525 toneladas de carne, as obras do frigorífico foram interrompidas.
