O ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, José María Ibañez, anunciou nesta quarta-feira (22) que o país concordou com a proposta do Brasil de elevar para 35% a Tarifa Externa Comum (TEC) para calçados e confecções. O país vizinho era o único parceiro do Mercosul que ainda não tinha acatado a sugestão.
Ibañez esteve hoje com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Segundo as autoridades, a formalização da nova TEC pelo Mercosul deve ocorrer na semana que vem, durante reunião do Grupo do Mercado Comum (GMC) do bloco. O ministro paraguaio disse que seu país ganhou um waiver (licença), juntamente com o Uruguai, para aplicar, de acordo com a conveniência, a elevação para 26% na TEC dos tecidos.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, afirmou que a decisão do Paraguai abrirá espaço na lista de exceção brasileira, que hoje tem seis posições ocupadas por diferentes modelos de calçados. A lista de exceção, formada por 100 itens, escolhidos por cada um dos países do Mercosul, permite tarifas diferentes das praticadas no bloco e é usada de acordo com a conveniência de cada nação.
O ministro Miguel Jorge revelou que outros temas também foram discutidos entre Brasil e Paraguai, como, por exemplo, a produção de peças e partes do setor de informática, na nação vizinha, que serão importados pelo Brasil. Segundo ele, são itens sem produção brasileira e que poderão ser comprados com tarifa zero.
Também estão sendo criados grupos de trabalho, com a participação do governo e da iniciativa privada dos dois países, nas áreas de autopeças e pneus remoldados. Miguel Jorge disse que há uma preocupação em relação à importação, pelo Brasil, de pneus remoldados no Paraguai e à luz da recente decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC).