O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, discordou nesta quarta-feira (8) de avaliações da iniciativa privada de que o Brasil vai se favorecer em termos comerciais dos focos de aftosa diagnosticado nesta última semana na Inglaterra. "Não haverá alteração, a questão é isolada e a Inglaterra está resolvendo o problema. Haverá pouca alteração de mercado", afirmou o ministro em entrevista para detalhar as negociações que uma missão brasileira manteve com representantes do governo do México.
O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, explicou que uma decisão da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), tomada em maio deste ano, determina que caso não exista risco de escape do vírus da aftosa, o restante do país pode manter as exportações. A OIE determinou uma zona de controle que abrange 3 km a partir do foco e uma área de vigilância que ocupa 10 km também a contar do foco.
O ministro disse que "o Brasil não vai se colocar no mesmo nível da Irlanda", país que vem pedindo com freqüência a proibição das exportações brasileiras devido a problemas sanitárias. Por conta do posicionamento irlandês, representantes da iniciativa privada pediram ao Brasil, depois da descoberta dos focos de aftosa na Inglaterra, uma posição mais dura. "É preciso considerar o peso do Brasil no mercado mundial. Não vamos reduzir a discussão", disse o ministro.
Restrição
O Brasil não importa animais vivos e material genético do Reino Unido desde 1990, quando foram diagnosticados casos do mal da vaca louca na Inglaterra, mesmo assim representantes de pecuaristas e dos exportadores cobraram do governo brasileiro um posicionamento, atitude que não foi aceita pelo ministro. "Não temos que fazer nenhuma restrição", comentou o secretário de Defesa. Kroetz lembrou que o Brasil é signatário do acordo da OIE e que se a Inglaterra cumpre as exigências do organismo internacional, não há por que impor embargos.