O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, queixou-se nesta segunda-feira (9) da taxa de câmbio, que reduz os lucros do agronegócio. O ministro disse que "não necessariamente" as exportações do setor agrícola – que estima em mais de US$ 50 bilhões, ante importações de menos de US$ 6 bilhões – são a causa da baixa cotação do dólar. "Geramos praticamente o superávit comercial", disse o ministro, durante evento da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Ele apontou o investimento estrangeiro no Brasil como responsável pela valorização do real. "O Brasil é hoje um dos países que mais atrai investimento, não só especulativo", disse. "Tudo isso é muito bom e também a recuperação de preços das carnes e da soja", disse. Para ele, "é hora do agricultor ganhar um pouquinho a mais", mas o dólar reduz esse ganho.
Stephanes afirmou também que as barreiras comerciais às exportações do agronegócio "só vão cair quando efetivamente eles (outros países) precisarem de nosso produto". De acordo com ele, "ninguém vai abrir mão de barreiras". O ministro é mais otimista no longo prazo. Ele cita que há projeções de grande aumento do consumo mundial nos próximos 10 anos e 15 anos. "Poucos países do mundo têm condições de responder com produção a esse aumento do consumo per capita (por habitante). O Brasil tem. Aí, eles precisarão do nosso produto", afirmou.