A cúpula do PSDB vai defender que o governo Temer acelere a aprovação das reformas estruturais para tentar garantir uma reversão da crise econômica. O diagnóstico de tucanos é que o Planalto tem até o primeiro trimestre do próximo ano para que País reaja e volte a criar postos de trabalho – atualmente são quase 12 milhões de desempregados. Passado este prazo, há receio de retorno dos protestos de rua Brasil afora.

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“Em março, tem de ter um indicativo firme da queda do desemprego. O que tem de ser feito, tem de ser feito o quanto antes”, afirmou o senador José Aníbal (PSDB-SP), presidente do Instituto Teotônio Vilela, centro de estudos e formulação teórica da legenda. “Se não tiver, a convulsão espontânea vai voltar”, completou Aníbal, um dos tucanos mais próximos a Temer.

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O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, um dos vice-presidentes do PSDB, tem opinião semelhante. “Não tenho nenhuma visão catastrófica de curto prazo. No entanto, o quadro nacional muito é grave. É fundamental que no médio prazo as reformas sejam efetivadas o mais rápido possível”, alertou o ex-governador.

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Tucanos defendem que ao menos até o final do ano o governo consiga aprovar no Congresso a PEC que institui um limite para o aumento de gastos públicos. Depois, as reformas previdenciária e trabalhista, de preferência até o carnaval de 2017.

O governo tem dito que a prioridade é aprovar a PEC do Teto este ano, mas a reforma da Previdência poderia ficar para o segundo semestre de 2017. Por sua vez, a reforma das relações de trabalho, alvo de críticas por discutir eventuais mudanças na forma de contabilização da jornada de trabalho, ainda não tem prazo para ser enviada.

Integrantes da cúpula do PSDB esperam o retorno de Michel Temer da viagem à Organização das Nações Unidas, em Nova York, para discutir com ele uma nova estratégia para o avanço das reformas. A avaliação é que a Câmara, onde tramita a PEC do Teto e por onde as demais reformas começarão a ser analisadas, ainda não percebeu a gravidade da situação e que precisa acelerar a votação das propostas.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também tem defendido um empenho maior do governo nas reformas. Se elas não avançarem, tem dito ele reservadamente, o partido naturalmente poderá se afastar do governo.

FHC

O governo tem se preocupado com os rumos da economia. Na semana passada, conforme relatos, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reuniu-se, em São Paulo, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir saídas com o líder tucano que possam tirar o País da crise.

O próprio Temer ficou de conversar pessoalmente com FHC na casa dele duas semanas atrás, mas um contratempo impediu o encontro dos dois, que deve ocorrer em breve.