Para os sepultadores, ser coveiro não é um emprego difícil

Para muitas pessoas, trabalhar com os mortos pode soar um tanto quanto mórbido. Contudo, os sepultadores (conhecidos também pelo nome de coveiros) garantem que a profissão é como outra qualquer e é bem tranquila, ainda que seja um trabalho um tanto quanto extenuante.

De acordo com o sepultador Jorge Filla, que trabalha no Cemitério Municipal São Francisco de Paula e está nessa área há 14 anos, esse profissional não tem a função de apenas enterrar os corpos.

“Fazemos muita coisa. Construímos túmulos, capelas e mausoléus conforme o pedido da família da pessoa falecida. Fazemos também revestimento desses espaços. Enfim, é um trabalho de pedreiro, sendo que nossa área de atuação é o cemitério”, comenta. Além desses serviços, eles realizam ainda a exumação do corpo, quando há a necessidade de mexer no túmulo após três anos.

Filla diz que não tem muito segredo em trabalhar como sepultador, entretanto ele revela que tomam todos os cuidados na hora do trabalho. “Imagine o cuidado que é tomado por pessoas que trabalham em hospital. Aqui a gente faz a mesma coisa, como usar luvas, não deixar sujeira, trabalhar calçado, entre outras coisas. Gosto do que faço e o salário é razoável”.

Ele também fala que não há um número exato de quantas pessoas ele sepulta por dia. “Nós ficamos de plantão durante uma semana. Tem semana em que a gente enterra não mais do que dez pessoas. Outras são movimentadas, chegando a quase 20 enterros realizados. Não tem um dia certo da semana com mais trabalho, mas posso dizer que no período do final de outono e início de inverno geralmente a gente tem mais trabalho que o normal”, afirma.

Além do trabalho com os mortos, as histórias de cemitério sempre acompanham esses trabalhadores. Segundo Leandro Siqueira, que trabalha no Cemitério Municipal do Água Verde, são muitas as histórias que ele já presenciou ou ouviu falar.

“A gente sempre ouve muita coisa. Teve uma vez em que um morto foi enterrado com o celular e ele ficou tocando por alguns dias até acabar a bateria. Uma que presenciei foi de três mulheres que foram até a Cruz das Almas, cortaram o pescoço de uma galinha e espalharam em volta desse local em plena luz do dia. Volta e meia a gente vê góticos, que passam o dia por aqui. Nós sempre nos divertimos com esses casos”, diz.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo