Líderes da oposição consideram que o aumento da Selic para 10,5%, anunciado nesta quarta-feira, 15, pelo Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC), é o único remédio usado pelo governo Dilma Rousseff para tentar conter a pressão inflacionária, mas não tem surtido efeito. “O governo tenta, desesperadamente, conter o processo inflacionário adotando a surrada estratégia de aumentar as taxas de juros neste enfrentamento. É uma tentativa de compensar a falta de reformas estruturais, que ficaram no papel. (O governo) sofre pela falta de criatividade nos últimos anos”, afirmou o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
O presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que o governo não tem alternativa. Mas a consequência da elevação da Selic será a inibição dos investimentos. De acordo com Maia, o governo continuará a aumentar as taxas básicas de juros para tentar segurar a inflação no patamar abaixo de 6,5%, o teto da meta estipulada. “As decisões do Copom serão injeções mensais de estricnina pura”, afirmou, referindo-se a um veneno letal. Segundo ele, o governo Dilma deve subir a Selic também para assegurar a reeleição dela.