Para ONS, recorde de consumo não tem relação com apagão

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, negou que o fato de o País estar registrando picos recordes de consumo de energia tenha provocado o apagão da última terça-feira, 04. “Não há relação com isso. Não há nenhuma linha de transmissão operando fora do limite”, afirmou Chipp, lembrando que as termelétricas estão em operação neste momento, o que reduz o estresse sobre a transmissão.

Na última terça-feira, o País registrou recorde no consumo de energia do País às 14h02, um minuto antes dos dois curto-circuitos quase simultâneos que derrubaram o trecho Miracema (TO) – Colinas (TO) da Interligação Norte – Sudeste. Isso deixou 6 milhões de pessoas sem energia em 13 Estados do País, além do Distrito Federal. “Descartamos completamente que houve sobrecarga”, reforçou Chipp, repetindo o que declarou na terça-feira passada.

Além da sobrecarga, Chipp também descartou que a causa do apagão foi uma falha humana. Contudo, o operador admitiu que uma das hipóteses em avaliação é a de ter havido uma descarga atmosférica (raio) que tenha provocado os dois curtos-circuitos. “É uma das hipóteses. Temos que verificar com os institutos especializados se haviam descargas no momento. Eles têm como identificar isso”, comentou. Conforme revelou ontem o Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado, a avaliação preliminar das transmissoras envolvidas é de que a causa provável da falha na rede foi a queda de um raio.

Sobre as condições de abastecimento de energia, Chipp afirmou que o ONS está focando no curto prazo para administrar o sistema durante esse período de escassez. “As chuvas virão. Nunca teve um ano em que as chuvas não vieram. Só espero que venham nos lugares adequados para ficarmos mais tranquilos”, afirmou o operador, em referência sobre a necessidade de as chuvas ocorrerem nas principais bacias hidrográficas do País.

Apesar das condições mais adversas, Chipp comentou que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do País, ainda têm uma margem de segurança para aguentar a demanda do sistema até as chuvas ocorrerem. “O sistema terminou o ano em 40% da capacidade e hoje está em 38,8%. Ainda estamos com uma margem grande”, assegurou.

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