A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) previu que a economia do Brasil irá crescer 7,5% este ano e que a inflação ficará acima da meta de 4,5% do Banco Central nos próximos dois anos. Em seu relatório Perspectivas Econômicas, a OCDE observou que a economia brasileira perdeu ritmo este ano em relação ao ano passado, mas que o aumento da renda e a expansão do crédito irão trazer novo impulso ao país, por meio do consumo doméstico. Portanto, “o aperto monetário deveria ser retomado o mais breve possível para reprimir as crescentes pressões inflacionárias”, recomendou a OCDE.
A organização acrescentou que “intervenções e impostos sobre o fluxo de capital, para limitar a apreciação da moeda (brasileira), podem não ser eficientes e se tornarem caras no contexto de um aumento na taxa de câmbio real de equilíbrio em consequência das descobertas de petróleo” no país.
A OCDE considera ainda que o Chile, que deve crescer 5,2% este ano e ter a expansão acelerada para 6,2% em 2011, deve “continuar elevando o juro gradualmente, para um patamar neutro, a fim de manter as expectativas de inflação ancoradas”. O Chile elevou o juro na terça-feira , de 2,75% para 3% ao ano. No primeiro semestre, a taxa estava no nível recorde de baixa, a 0,5% ao ano. A taxa de inflação foi de 2,8% no período de janeiro a outubro e deve ficar dentro da meta do banco central do país, de um ponto porcentual acima ou abaixo de 3% no restante do ano.
A OCDE disse ainda que o México tem espaço para manter sua taxa de juros inalterada em 4,5% ao ano até o início de 2012, uma vez que a inflação tende a convergir para a meta de 3% do banco central no segundo semestre de 2011, do atual nível de 4%. A OCDE espera que a economia mexicana cresça 5% em 2010.
China
A OCDE também elevou sua previsão para a inflação ao consumidor da China neste ano, cortou a estimativa para crescimento da economia do país e disse que a valorização do yuan vai ajudar a aumentar a estabilidade econômica chinesa. No relatório divulgado hoje, a organização afirmou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China vai subir 2,8% em 2010, mais do que a alta de 2,5% prevista no relatório de maio.
A OCDE também disse que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês provavelmente vai crescer 10% no quarto trimestre deste ano, o que levará a expansão em 2010 para 10,5%, abaixo da estimativa anterior de crescimento de 11,1%.
Uma inflação mais alta – que provavelmente será gerada pela contínua fraqueza no câmbio chinês e pelo aumento dos preços das commodities – é um grande risco negativo para a China, segundo a OCDE. “Uma aceleração nos preços de produtos não alimentícios deverá ser contrabalançada por uma diminuição na inflação dos alimentos, resultando na estabilização da inflação levemente acima de 3% (em 2011)”, disse a OCDE. A previsão da organização é de que o CPI suba 3,2% na China em 2011.
A OCDE enfatizou a importância da valorização do yuan para a economia e o ajuste das contas externas da China. “A estabilidade da economia doméstica será melhorada se a política cambial for mais orientada para permitir uma apreciação contra uma cesta de moedas”, afirmou a organização. A OCDE manteve em 9,7% sua previsão para crescimento do PIB da China em 2011 e disse que o déficit fiscal do país em 2010 deverá ser de 1,9% do PIB, abaixo da meta do governo de 3%. As informações são da Dow Jones.