Salários congelados

Para não demitir, Volvo propõe PLR e reajuste menores

Após uma série de quedas bruscas na produção e venda de caminhões e ônibus nos primeiros meses do ano, a Volvo antecipou ontem a proposta de negociação dos salários e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos quase 4 mil trabalhadores da fábrica em Curitiba. A data-base da categoria é em setembro.

A empresa propõe não fazer demissões até o fim do ano, se os trabalhadores aceitarem reduzir em 50% o potencial máximo do PLR – de R$ 30 mil para R$ 15 mil – e reajustar os salários menores de R$ 7 mil apenas com a reposição da inflação do período. Para os salários maiores, a proposta é um aumento de valor fixo com base no INPC.

Em nota, a Volvo afirma que as medidas visam a adequação à crise no mercado e às incertezas na economia. “A empresa terá que encerrar o segundo turno da produção de caminhões, provocando um contingente excedente de 600 funcionários”, diz o documento. O segundo turno será encerrado a partir da próxima segunda-feira.

O vice-presidente de Recursos Humanos da Volvo, Carlos Morassutti, afirma que até agora não há sinalização positiva dos representantes dos trabalhadores sobre a proposta. “Não estamos propondo nada de absurdo. Mesmo em um ano complicado a empresa está disposta a colocar um PLR de R$ 15 mil. Se você olhar o mercado verá que não é ofensa fazer essa proposta” diz. Morassutti afirma a empresa tem o intuito de “preservar as 600 pessoas a mais” com a proposta.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, foi procurado para falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta reportagem não retornou as ligações.

No fim do mês passado, a Volvo liberou por duas semanas 1,5 mil trabalhadores, a partir do feriado de 21 de abril até o último fim de semana. Além disso, pelo menos 1,7 mil funcionários tiveram férias coletivas em março.