As economias da América Latina mostraram uma resistência surpreendente durante um dos períodos econômicos mais difíceis da história recente, evitando uma onda de tomada de empréstimos que tradicionalmente ocorria nas crises anteriores, afirma um relatório da Moody’s sobre a região. O documento destaca também a estabilidade do Brasil durante esse período.
Segundo a agência classificadora de risco, com uma recuperação global frágil à vista, as economias latino-americanas precisam voltar a ter taxas de crescimento mais altas para estimular o desenvolvimento e o aumento da classe média. A Moody’s alerta também que a América Latina pode entrar numa condição fiscal vulnerável se não crescer mais rápido. Economistas têm defendido taxas de crescimento acima de 6% para melhorar os padrões de vida numa região ainda assolada pelo subdesenvolvimento.
“A América Latina saiu-se muito bem nessa crise, melhor do que esperávamos”, disse o economista Gabriel Torres, no relatório publicado hoje. “Mas, para continuar saindo-se bem, a região precisa de um crescimento forte, previsível e sustentável.” Outro desafio que a região enfrenta este ano é político, já que haverá eleições em países como Brasil, Venezuela, Peru e Colômbia.
No relatório, a Moody’s credita a perspectiva melhor para a região à maior credibilidade dos bancos centrais, às taxas de câmbio mais flexíveis, à melhoria da posição fiscal e aos sistemas financeiros mais fortalecidos. A agência projeta uma mediana de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 para o déficit fiscal das economias latino-americanas. As informações são da Dow Jones.