O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a trajetória do rendimento das cadernetas de poupança não pode ser diferente das demais aplicações disponíveis no sistema financeiro. Segundo ele, com a queda na taxa básica de juros, Selic, todos os fundos de investimentos têm tido redução na rentabilidade e esse movimento também deve ser seguido pela caderneta de poupança. Por isso, conforme o ministro, há alguns meses o governo promoveu uma alteração na fórmula da Taxa Referencial (TR) que "diminuiu um pouco" o rendimento pago pela caderneta que, segundo ele, ainda continua bastante atraente tanto que a captação tem crescido fortemente.
Para o ministro, se a poupança se mantém no mesmo nível de rentabilidade enquanto as demais aplicações estão em queda há um risco de migração em massa que descaracterizaria o perfil desse produto, voltado para o pequeno investidor e que tem uma característica mais conservadora. Ele disse ainda que não é desejável que as aplicações financeiras como um todo sejam altamente remuneradas porque isso inibe a produção. "O país que paga altos rendimentos não investe na produção", disse.
O ministro destacou o crescimento do mercado de capitais que, segundo ele, pode chegar a um volume de R$ 180 bilhões a R$ 200 bilhões em captação neste ano. Esse segmento, disse, é importante para ajudar a reduzir os spreads e os custos da intermediação financeira.