Para Mantega, não há exagero em gastos com pessoal

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que não é correto afirmar que há um exagero nos gastos do governo com pessoal. Segundo ele, o governo tem mantido em menos de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) os gastos com os servidores. Mantega disse que em valores absolutos houve um crescimento mas, em proporção do PIB, isso não ocorreu, porque a economia também teve uma expansão.

O ministro voltou a destacar, durante apresentação em seminário de comemoração aos 10 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que o Brasil, por causa da redução da dívida externa e da dívida líquida, fica mais imune a desequilíbrios econômicos mundiais. Ele lembrou que o governo pode fazer políticas anticíclicas em 2009 para combater os efeitos da crise, sem comprometer as contas públicas.

Ele disse que o déficit em transações correntes este ano deve ficar em 2,2% do PIB, o que não expõe o País à vulnerabilidade. Segundo o ministro, esse déficit poderia ser prejudicial se o Brasil tivesse dívida externa elevada e reservas internacionais baixas como no passado.

Mantega disse ainda que é preciso estimular o setor exportador para que a queda no superávit comercial não prejudique o desempenho das contas em transações correntes. Ele previu que, a partir de 2011 e 2012, as exportações voltarão a crescer e haverá um equilíbrio comercial maior.

O ministro disse ainda que a situação fiscal do Brasil não é a ideal, porque ainda registra déficit nominal. Mas dentro do quadro mundial, o Brasil tem uma das melhores situações econômicas, segundo ele.

Mantega afirmou que a opção pela responsabilidade fiscal veio para ficar e foi incorporada pelos governos. Ele disse que imagina como foi difícil limitar gastos na época da aprovação da lei, já que as resistências no Congresso “a maldades do governo” ainda existem. “Toda vez que vamos fazer uma bondade, como redução de tributos, todo mundo aceita. Mas, se é uma maldade, sempre enfrentamos resistência política”, disse. O ministro acrescentou que qualquer governo no futuro seguirá a trilha da solidez fiscal, que já se mostrou o melhor caminho.