O ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizou hoje o fluxo cambial positivo registrado em julho até o dia 15. Segundo ele, o fluxo está regular e contido. “Aumentou num dia para se ajustar a uma norma que o Banco Central passou a exigir, que diminuiu o nível de exposição do bancos. Aí, os bancos tiveram que captar mais para se adequar à norma”, explicou o ministro em sua primeira entrevista à imprensa após retornar das férias. “Tanto é verdade que não há alteração na cotação do câmbio”, reforçou Mantega.
Ele não quis responder nenhuma pergunta sobre o encontro hoje com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e a possibilidade de mudanças no plano de investimento da estatal.
EUA e Europa
Mantega mostrou confiança numa solução para o problema da negociação do teto da dívida dos Estados Unidos. Mas, em relação à Europa, foi cético ao dizer que “lá o buraco é mais embaixo”. Segundo ele, os EUA vão acabar chegando a um entendimento em relação à autorização de gastos. Para ele, é inevitável que o Congresso acabe dando autorização ao governo Barack Obama. “Senão eles vão engessar o governo e isso vai pegar mal também para o Congresso. Então eu acredito numa solução e não vai haver o rebaixamento (do rating) dos EUA. Disso eu tenho certeza”, acrescentou. Para ele, a discussão nos EUA não terá efeitos no Brasil.
Para Mantega, “o buraco é mais embaixo” e complicado na Europa, mas disse que os europeus continuarão administrando até encontrar uma solução de fato para a Grécia e países adjacentes. Segundo Mantega, o Brasil é um dos países que têm maior capacidade de enfrentar qualquer consequência dessas duas situações.