O debate sobre o novo marco regulatório do setor de petróleo está avançando, e já há mais pontos de convergência do que desacordo entre governo e oposição. A avaliação é do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que rebateu hoje a avaliação de que as discussões em torno das propostas do governo para a exploração do petróleo da camada pré-sal em alto-mar são semelhantes aos pontos debatidos há cerca de um mês, quando o Executivo encaminhou ao Congresso os quatro projetos de lei que tratam do tema. “Hoje há uma convergência de opiniões muito grande que não existia há um mês”, disse.

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“Antes, muitos diziam que não era preciso um novo marco regulatório. Agora você tem um conjunto de pontos de convergência e as divergências são mais pontuais do que genéricas”, afirmou Gabrielli a jornalistas após participar do 10º Encontro Negócios de Energia, promovido pela Federação das Indústrias dos Estados de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

Ele citou como exemplo o posicionamento do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), membro da Comissão Especial que analisa o projeto 5.938/09, referente à proposta de implantação do modelo de partilha de produção para as áreas ainda não licitadas do pré-sal. Durante sua exposição no evento de hoje, Nogueira apresentou como proposta a adoção de um regime misto (de partilha e de concessão) para o pré-sal, em substituição à proposta do governo de implementação apenas do regime de partilha para essas áreas.

Gabrielli destacou, no entanto, que esse foi o único ponto de divergência citado pelo vice-líder do PSDB na Câmara. “Ele apresentou seis pontos, sendo cinco de convergência com a proposta do governo”, disse. A necessidade de mudança do marco para possibilitar uma maior participação do Estado no setor, o fortalecimento da Petrobras, o incentivo à indústria nacional, o melhor uso dos recursos provenientes do petróleo e a criação de uma nova empresa (a Petro-Sal) não foram alvo de críticas do parlamentar.

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Questionado sobre os pontos em que o governo poderia ceder no debate no Congresso, Gabrielli preferiu não fazer citações. “O projeto está em plena discussão e a votação começa em 10 de novembro na Câmara”, disse. “Como os projetos também têm de passar pelo Senado, provavelmente isso não será votado antes do primeiro trimestre de 2010”, afirmou.