Londres (AE) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez ontem uma avaliação positiva para as perspectivas da economia mundial nos próximos 12 meses e considerou que não vê a ameaça de uma ?bolha? dos países emergentes. Numa entrevista coletiva na qual apresentou o relatório Estabilidade Financeira Global, o diretor do departamento de Mercados de Capital Internacional, Gerd Housler ressaltou a redução da vulnerabilidade financeira do Brasil e disse que não vê com preocupação o ciclo eleitoral na América Latina.
Housler disse que a melhora dos fundamentos dos países emergentes, sugere ?que não há um argumento forte para a existência uma ?bolha? volumosa nos ativos dos mercados emergentes esperando para ser corrigido?.
Ele observou que ocorrerão correções periódicas no mercado, como as que se verificaram no mês passado, ?ou até mais fortes, mas tanto a comunidade de investidores como os próprios países emergentes estão muito mais preparados do que no passado para superar tempestades sem o surgimento de crises?.
Housler ressaltou estar otimista com as perspectivas dos emergentes e do Brasil. Ele lembrou que o governo brasileiro elevou suas reservas em moedas estrangeiras. ?As reservas brasileiras são muito superiores ao que tínhamos há dois ou três anos. O País está mais forte para reagir a eventuais turbulências?, afirmou.
O economista disse também estar tranqüilo o ciclo eleitoral na América Latina. ?Nos últimos anos, mudanças políticas não reverteram a condução macroeconômica dos países da região?, explicou. Citou o caso do Brasil e do governo Lula, que reforçou a prudência fiscal do País. ?Olhando para o futuro, esperamos que as coisas continuem dessa forma?, afirmou.
Embora considere positivo o atual cenário econômico global, Housler disse que há riscos maiores para médio e longo prazos.
Entre os principais riscos, ele apontou as dificuldades financeiras em empresas, o desaquecimento do mercado imobiliário nos Estados Unidos, uma pressão inflacionária acima do previsto, causada por novos saltos nos preços do petróleo; um forte ajuste no dólar causado pelo déficit em conta corrente norte-americano; e um eventual impacto severo na economia global causado pela gripe aviária.