O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que o Brasil gradualmente vem conseguindo se recuperar da retração que começou em meados de 2011, mas a inflação próxima ao topo da meta do Banco Central faz com que a política monetária precise continuar apertada, com mais aumentos de juros.
A recomendação é de que o BC tem que continuar comprometido em conter a pressão de aumento de preços e em ancorar as expectativas dos agentes do mercado financeiro. O estrangulamento pelo lado da oferta segue sendo uma fonte de pressão inflacionária, além de limitar o crescimento econômico do País, avalia o Fundo.
Além de uma infraestrutura deficiente no País, uma certa deterioração no exterior e a incerteza política no Brasil podem estar limitando o crescimento no curto prazo. “Uma política monetária mais apertada ajudaria a conter pressões mais persistentes de alta de preços”, destaca o relatório.
No geral, conclui o documento, a política monetária deve ter o principal papel na gestão da demanda agregada, enquanto a política fiscal precisa ser focada em reconstituir colchões de proteção. O Fundo nota que o Brasil implementou as recomendações sugeridas pela instituição em anos anteriores, mas trabalho adicional precisa ser feito.
O documento não analisa a alta recente do dólar no Brasil. Fala apenas no aumento da volatilidade nos mercados financeiros mundiais, que fez a aversão ao risco subir. O relatório destaca que o país tem instrumentos adequados para lidar com as mudanças de fluxos de capital.
Previsões
Ao contrário da análise recente de outros países divulgadas pelo FMI, o documento de hoje sobre o Brasil não tem previsões de indicadores econômicos para os próximos anos. O texto traz números até 2012, sem estimativas para 2013 e anos seguintes, como ocorreu com os outros documentos, por exemplo com a zona do euro.