A China é uma fonte de oportunidades econômicas, mas também de preocupações significativas para as autoridades dos Estados Unidos, afirmou hoje o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner. A declaração ressalta as tensões que estarão no centro da visita do presidente chinês, Hu Jintao, a Washington, na próxima semana.
Em comentários que podem ser uma indicação das discussões entre Hu e o presidente Barack Obama, Geithner disse que Pequim precisa fazer mais para solucionar as queixas sobre propriedade intelectual e sobre um yuan subvalorizado, caso seja dado à China um maior acesso a oportunidades de investimento e tecnologia nos EUA. “Nós estamos dispostos a fazer progresso nessas questões, mas nossa capacidade de agir nesses assuntos vai depender, é claro, de quanto progresso virmos da China”, afirmou Geithner, em discurso.
O secretário observou ainda que a visita de Hu à Casa Branca ocorre em um momento de “importante transição” para a economia mundial. A recente crise financeira deixou muitas economias desenvolvidas instáveis, enquanto economias emergentes, como a da China, estão no começo do que Geithner descreveu como um “longo período de crescimento muito rápido”.
Os EUA, prosseguiu Geithner, estão em algum lugar entre esses dois caminhos. Embora a economia norte-americana deva avançar o dobro do crescimento da Europa e do Japão, esse crescimento será cerca de metade do apresentado pelas maiores economias emergentes. “Essas dinâmicas vão mudar fundamentalmente o equilíbrio na economia mundial, forçando mudanças na arquitetura dos sistemas comercial e financeiro”, disse Geithner.
Autoridades do governo dos EUA têm pressionado agressivamente países como China, Brasil e Índia a se concentrarem mais na expansão doméstica, alertando que uma dependência do consumidor dos EUA para puxar o crescimento em seus países é insustentável. As informações são da Dow Jones.
