Para distribuidoras, novos cortes em tarifa são impossíveis

As distribuidoras de energia elétrica afirmam que já deram sua cota de sacrifício para a redução do preço da energia elétrica no país e que não há espaço para novas reduções, de acordo com a Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).

Uma revisão extraordinária na tarifa das distribuidoras está prevista para fevereiro de 2013 pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e integra o pacote de medidas anunciado pela presidente Dilma Rousseff em setembro para baixar o custo da energia.

Segundo a Abradee, as empresas do setor já estão reduzindo os preços por conta do terceiro ciclo de revisão tarifária, em vigor desde o ano passado.

“As distribuidoras já estão impactadas. Não é possível reduzir mais os preços”, diz Nelson Fonseca Leite, presidente da associação.

Das 63 distribuidoras do país, 23 já praticam as novas regras que, pelas contas da Abradee, levaram a uma redução de 6%, em média, na conta dos consumidores.
O cronograma do terceiro ciclo de revisão tarifária prevê que, até 2014, todas as distribuidoras estejam praticando os novos preços.

No início de setembro, a presidente Dilma Roussef anunciou a renovação das concessões para geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia e uma redução de, em média, 20% na tarifa final para o consumidor a partir do ano que vem.

Na ocasião, ela afirmou que o corte previsto poderia ser ainda maior após a Aneel concluir estudos sobre a cadeia de distribuição.

Ao calcular o impacto do terceiro ciclo de revisão tarifária, as distribuidoras tentam impedir um corte muito alto na revisão extraordinária prevista para fevereiro.

Os números da Abradee foram encaminhados à Aneel no início da semana. Na quarta-feira que vem, a associação terá uma audiência no Ministério de Minas e Energia para apresentar os cálculos.

“Já foi feito um trabalho para capturar tudo o que se podia em termos de modicidade tarifária. O que se fará a partir de 2013 para geração e transmissão já vem sendo feito no caso da distribuição desde 2003, quando se iniciou o primeiro ciclo de revisão. Não sei se para todo mundo do governo isso está claro”, afirma Leite.

Para a Aneel, no entanto, a revisão extraordinária é inevitável e já faz parte do cronograma de trabalhos para a redução tarifária do setor.

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