A cobrança da nova alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre financiamentos não deverá afetar a atividade econômica ao ponto de reverter as perspectivas positivas para o varejo em 2008, segundo avalia o chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor de política monetária do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas. Ele avalia que a medida terá impacto sobre o comércio varejista, mas ainda é difícil precisar qual será o efeito no médio prazo, ainda que seja possível adiantar que "não será nada drástico".
Thadeu de Freitas explica que há dois aspectos importantes para o comércio no novo pacote fiscal. Segundo ele, para que a nova alíquota do IOF seja diluída nos financiamentos, de modo que a prestação continue atrativa para o orçamento do consumidor, haverá aumento dos prazos de pagamento. "A tendência é de alongamento de prazos, mesmo com IOF mais caro, para que a prestação caiba no bolso do consumidor", acredita.
Além disso, segundo o economista da CNC, como há "liquidez sobrando no mercado" e forte concorrência no comércio, deverá haver aumento das promoções para pagamentos à vista. Ele explica que, com o fim da CPMF, os estímulos para pagamentos à vista já seriam maiores, o que deverá se intensificar com a incidência da nova alíquota de IOF.
Thadeu de Freitas estima que o comércio varejista terá um aumento de 9,3% nas vendas em 2007 ante o ano passado e manterá a trajetória de crescimento em 2008 que, no entanto, deverá desacelerar para algo em torno de 6%. No entanto, ele explica que as projeções da CNC para este ano não mudaram, pelo menos por enquanto, devido ao novo pacote fiscal.