Cesta Básica

Para Dieese, embargo russo não deverá baixar preço da carne

Pelo segundo mês consecutivo, o preço da cesta básica em Curitiba caiu e maio registrou uma baixa de 0,22%, deixando o valor em R$ 245,98. O acumulado dos dois meses de baixa equivale a uma queda de R$ 0,55, em termos percentuais a queda não chega a 1% de redução, já que em abril o recuo foi de 0,76%, mesmo assim, a temporada de redução está com dias contados. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR), o mês de junho deve vir pressionado pela entressafra nas pastagens que afeta diretamente o preço da carne, que em maio caiu 2,03%, e do leite, que não interrompeu a trajetória de alta, subindo 2,94% no mês e, no ano, já acumula 9,95% de alta.

O economista do Dieese, Sandro Silva não acredita que uma eventual elevação na oferta de carnes no mercado interno, devido à interrupção das vendas para o mercado russo, tenha um impacto imediato no recuo dos preços. “Normalmente o movimento de queda demora muito a chegar ao consumidor final. Além disso, o mercado interno está aceitando pagar a mais pelo produto, o que torna ainda mais lenta essa redução”, aponta Silva. “Além disso, nesta época do ano, a tendência é de alta da carne e do leite em função da redução na produção, por conta das pastagens”, afirma.

Na avaliação do economista, Curitiba conseguiu se sobressair na comparação com as outras 17 regiões acompanhadas pelo Dieese, tanto que ficou no grupo das cinco com variação negativa no índice de maio, porque nos itens em que foram registradas altas, o reajuste foi menor que o de outras localidades e, dentre os produtos em queda, a redução foi mais acentuada ou aconteceu em produtos com peso maior na composição da cesta. O tomate, por exemplo, que no mês teve uma elevação de 8,03% e é disparado o produto com maior reajuste da cesta curitibana em maio, nas outras cidades analisadas subiu muito mais. Em Fortaleza (CE), foram 27,80% de reajuste em um mês, em Vitória (ES), o produto avançou 24,06% em maio. “Das 17 regiões analisadas, 13 tiveram alta, e Curitiba ficou em 8º lugar na variação”, compara Silva, lembrando que em julho os preços do tomate devem ceder com a entrada da safrinha.

A batata, que nos últimos meses têm sido vilã na inflação dos alimentos, em maio caiu 2,16% na capital paranaense, enquanto que em Florianópolis (SC), o mesmo item disparou em 14,62%.

Café amargo para o bolso

Embora o consumo do café não apresente grandes oscilações nem para mais, quando o preço cai, nem para menos, quando sobe, a bebida preferida dos brasileiros desde setembro de 2010 vem registrando altas sucessivas. Para os curitibanos, de setembro até maio já são 18,35% de reajuste. Só em maio, a alta foi de 2,29%. A explicação para isso está no ciclo de produção do grão. “Um ano é de alta produtividade e no outro é de baixa. Estamos em um ano de produção menor, embora, na comparação com 2009, cujo ciclo também foi de baixa, a produtividade paranaense cresceu bem de 1.027 quilos/hectare para 1.464 quilos/hectare”, explica Silva. Entretanto, a área para a safra atual de café caiu 6% em relação ao ano passado, o que fará com que a produção em relação a 2010 fique 22% menor.

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