Os números divulgados hoje pelo IBGE sobre o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre do ano mostram que a recuperação está “num ritmo mais lento do que o esperado”. A avaliação foi feita pelos economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em nota divulgada nesta tarde à imprensa. A entidade projetava um crescimento de 1,9% do PIB no terceiro trimestre deste ano e o resultado apontou para uma expansão de 1,3%, em relação ao segundo trimestre.
Na nota, a CNI reconhece que a explicação para esse crescimento menor foi a revisão feita pelo IBGE nos números de trimestres anteriores. “Nesse sentido, o impacto negativo da crise internacional no quarto trimestre de 2008 (a queda de 3,4% do PIB foi revisada para 2,9%, na comparação com o trimestre anterior) foi menos intenso do que o divulgado anteriormente, o que elevou a base de comparação estatística. Se, por um lado, o impacto negativo da crise foi menos intenso, por outro, o ritmo de recuperação do PIB se dá de forma ligeiramente mais lenta”, destaca a nota da CNI.
Os técnicos também destacam a aceleração dos investimentos no terceiro trimestre deste ano ante o trimestre anterior. Para os economistas da entidade, o aumento de 6,5%, no indicador dessazonalizado, “é positivo, porque demonstra a retomada dos investimentos que tinham sido engavetados com a crise”.
A alta da Formação Bruta de Capital Fixo foi, segundo avaliação dos técnicos da CNI, “a maior taxa de crescimento desse componente da demanda desde o primeiro trimestre de 2006”. Na nota, a CNI ainda destaca que os dados divulgados pelo IBGE sobre a atividade industrial confirmam as estimativas da entidade de aceleração da retomada do crescimento. Com relação ao consumo das famílias, que cresceu 2% ante o segundo trimestre do ano, os técnicos da CNI destacaram que essa alta “demonstra a continuidade da recuperação da demanda”.
Ao final da nota, os técnicos da CNI avaliam que a queda de 6,9% do PIB industrial no terceiro trimestre do ano, frente a igual período de 2008, “traz sinais de uma retração mais intensa do que a esperada”. “Esse resultado pode reduzir a possibilidade de revisão para cima das estimativas da CNI de crescimento nulo do PIB em 2009”, diz o documento, informando que as novas estimativas serão publicadas no relatório Economia Brasileira, no próximo dia 15 de dezembro.