Para CNI, indústria dificilmente terá crescimento em 2009

Com a queda recorde, de 13,4%, nas vendas da indústria em janeiro ante o mesmo mês do ano passado, o economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, disse hoje que “é muito difícil que a indústria mostre um crescimento da sua atividade em 2009”. Ele lembrou que na semana passada o IBGE havia anunciado uma redução de 17,2% na produção industrial na mesma comparação.

Segundo a CNI, considerando o chamado efeito carregamento, as vendas da indústria teriam que crescer pelo menos 12% até o final do ano para compensar o tropeço de janeiro e fechar o ano no empate. O porcentual é menor do que o de janeiro porque o cálculo é feito em comparação com a média de 2008.

Castelo Branco disse ainda que é possível que a indústria apresente um desempenho negativo este ano em comparação com 2008. O economista adiantou que em duas semanas a CNI apresentará a revisão de suas previsões para a economia brasileira. “Deveremos revisar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para algo perto de zero”, disse, ao lembrar que a previsão anterior, divulgada em dezembro, era de uma expansão de 1,8% para a economia, no pior cenário.

Apesar de não falar em porcentual específico, Castelo Branco também defendeu uma queda mais forte da taxa básica de juros na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom). “A economia sofre mais riscos de crescimento negativo do que de alta da inflação”, disse em entrevista coletiva à imprensa.