O aumento da Selic (a taxa básica de juros da economia) promovido pelo Banco Central (BC) no mês passado, para 10,75% ao ano, arrefeceu um pouco o movimento do comércio varejista, mas não foi suficiente para frear o processo de crescimento. A avaliação foi feita hoje pelo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior. “O aumento dos juros foi tomado com o intuito de esfriar o ritmo desse crescimento e, se não fosse isso, o crescimento seria ainda maior”, disse. “A elevação, no entanto, não chegou a ser um obstáculo para que se mantivesse o ritmo de crescimento de vendas.”

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Pelos dados da CNDL, apurados em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o número de consultas – um termômetro para as vendas – subiu 4,26% em julho, na comparação com junho, e 9,05% em relação a julho do ano passado. Ao mesmo tempo, a inadimplência recuou nas duas comparações: houve queda de 1,41% ante junho e de 5,99% na comparação com julho de 2009. “O comércio vive um bom momento, sem dúvida nenhuma, e o consumo da família brasileira deve continuar puxando o PIB (Produto Interno Bruto)”, comentou Pellizzaro Júnior.

A tendência positiva no aumento das vendas e na redução das dívidas em atraso reflete, na avaliação do presidente da CNDL, a boa fase pela qual passa a economia brasileira. “A manutenção do emprego e a renda sustentam estes números. As pessoas estão saldando seus débitos e pagando cada vez mais em dia”, observou.

Natal

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Para Pellizzaro Junior, esse movimento faz com que o setor esteja cada vez mais capitalizado e com maior poder de fogo para se preparar para o Natal, a melhor data de hoje para o comércio. “Teremos um Natal muito bom. O comércio está melhorando, está mais capitalizado e pode ter mais estoques de produtos, o que inicia um ciclo virtuoso, pois aumentam as encomendas à indústria”, afirmou.

O presidente da CNDL ressaltou que a Copa do Mundo influenciou na redução do volume de vendas do setor nos dias de jogos. Isso, no entanto, não atrapalhou o desempenho, porque as compras que não foram feitas nos dias dos jogos acabaram sendo transferidas para outros dias.

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