O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, atribuiu ao “populismo barato” a fala do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que pressionaria a BR Distribuidora a reduzir seus preços de etanol e de gasolina para forçar uma queda na bomba de combustível. “Na tentativa de solucionar o problema, o governo faz mais uma trapalhada e prejudica um processo que aconteceria normalmente. O ministro está apenas pegando carona na queda de preços que ocorreria naturalmente até o final do mês com o avanço da safra de etanol”, disse Pires.
Para ele, além de “um populismo desnecessário”, o governo insere no mercado um risco que não existir. “O investidor privado certamente tem seu risco de produzir etanol no Brasil aumentado ao ver a ingerência política no setor. Isso pode provocar o afastamento do investidor deste mercado do mesmo jeito que afastou as empresas privadas do segmento de refino, dominado integralmente pela Petrobras”, avaliou Pires.
Ainda para o consultor, é inapropriado associar a pressão por uma redução de preços à eventual existência de cartel no País. “Se tem cartel, é por incompetência das autoridades competentes que deveriam punir este crime”, afirmou.
Para o professor da UFRJ, Edmar de Almeida, há também distorção nos argumentos dos revendedores sobre a demora de a redução do custo do etanol chegar ao preço para o consumidor. “Quando o valor aumenta, os revendedores alegam que estão com estoques baixos e o preço na bomba sobe bem mais rápido”, disse.