O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que não vê como a regulamentação das tarifas bancárias pode afetar a oferta de crédito no País. "Tem demanda para crédito. Porque os bancos vão criar problemas para isso?", questionou o ministro. "Não vejo como eles vão fazer. Vão colocar o dinheiro na prateleira?" ironizou. Ontem o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fabio Barbosa, disse que as novas regras poderiam comprometer a expansão da oferta de crédito no Brasil.
Paulo Bernardo disse que o mercado é competitivo e que o governo pode estimular esta concorrência. Ele lembrou que os bancos relutaram em destinar mais dinheiro para o crédito imobiliário porque queriam que os recursos ficassem no Banco Central como um compulsório remunerado pela Selic. Mas, segundo ele, as medidas adotadas pelo governo fez com que o crédito imobiliário crescesse 73% este ano em relação a 2006. "E os bancos não podem dizer que está ruim para eles", afirmou.
Segundo o ministro, o governo terá que enfrentar este debate sobre o custo das tarifas bancárias e remover embaraços anticoncorrenciais como a cobrança de taxa de antecipação de quitação. Ele disse que o governo não quer fazer uma intervenção no setor, mas tornar a relação entre banco e cliente "mais razoável". O ministro afirmou que o governo está buscando uma saída de equilíbrio e pode negociar com os bancos. Ele, no entanto, criticou a posição do setor financeiro. "Aparentemente é mais cômodo ganhar na tarifa", disse. "Algumas modalidades de serviços bancários têm ficado mais baratas. Porque não popularizar?", defendeu.