O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta quinta-feira (21) que ainda não está fechado dentro do governo o debate sobre a meta de inflação para 2009, que e será fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na próxima semana. O ministro, no entanto, disse que esta é uma questão que jamais iria para o voto entre os membros do conselho: o ministro da Fazenda, Guido Mantega; o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o próprio Paulo Bernardo. "É um processo de convencimento. Nós ainda não sentamos para conversar e, seguramente, vamos fazer isso antes da reunião do CMN", afirmou.
Ele disse que, no entanto, "tem clareza" de que esta questão pode parar na mesa do presidente e que, se isso acontecer, caberá a Lula decidir a meta de inflação. "Posso eventualmente discutir, debater e divergir do ministro Mantega, mas vocês não me verão divergindo do presidente", disse Paulo Bernardo, que já defendeu publicamente a fixação da meta de inflação em 4%.
Ao ser questionado se manteria a sua posição, Bernardo respondeu: "não vou brigar com o meu presidente". Ele disse que ainda quer conversar sobre o assunto com Lula. "Tenho sido muito prudente nas minhas falas. Já disse inúmeras vezes que isso não está debatido dentro do governo. O fato é que a inflação de 2006 foi de 3,14% e a de 2007 deve ficar em torno de 3,5%", disse o ministro, que participou de uma audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.