O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, banco central do país) Mervyn King, disse que as repercussões da recente turbulência dos mercados financeiros provavelmente serão sentidas na economia geral, mas elas não deverão ameaçar a estabilidade econômica de longo prazo. "Mudanças na distribuição de ativos através do setor financeiro e as preferências dos bancos com relação a diferentes ativos durante o período de ajuste devem ter conseqüências sobre a economia em geral através das taxas de juros para empréstimos das famílias e empresas", disse King. "É muito cedo, no entanto, para determinar o impacto sobre a economia como um todo", acrescentou.
Os comentários de King estão contidos em um relato enviado para o Comitê do Tesouro do Reino Unido, divulgado antes do depoimento do Comitê de Política Monetária do BoE perante o Comitê do Tesouro em 20 de setembro. "A turbulência recente, que está no âmago da subavaliação do risco anterior, perturbou a tranqüilidade incomum dos últimos anos, mas, administrada adequadamente, ela não deve ameaçar a estabilidade econômica no longo prazo", declarou King.
O presidente do BoE, no entanto, declarou que há riscos morais em ajudar o mercado através de injeções de liquidez. "A oferta de liquidez penaliza as instituições financeiras que ficaram fora da dança, encoraja comportamentos de grupo e aumenta a intensidade de crises futuras", avaliou. Segundo ele, a não ser que a oferta de fundos seja feita a uma taxa punitiva adequada, tal medida "estimularia no futuro a tomada de grandes riscos que nos trouxe à situação presente".
King disse que a turbulência do mercado perturbou o cenário para a economia. "O Comitê está monitorando as condições de crédito de forma intensiva", disse. As informações são da Dow Jones.
