O Banco Central (BC) aposta que o varejo deve continuar com resultados robustos nos próximos meses. No Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje, os diretores da autoridade monetária afirmam que “o comércio varejista não apenas deverá continuar registrando resultados positivos ao longo dos próximos trimestres, mas, também, a expansão deverá se intensificar”.

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Na avaliação dos diretores do Comitê de Política Monetária (Copom), o comércio deve continuar com expansão das vendas, porque o nível de emprego continua em trajetória de recuperação e o crédito às pessoas físicas mantém seu dinamismo. Juntos, esses dois fatores devem mais que compensar o fim dos benefícios dados pelo governo durante a crise financeira mundial.

No documento, o BC destaca o aumento das vendas em supermercados em itens como alimentos e bebidas, cuja expansão atingiu 8,6% nos 12 meses encerrados em janeiro de 2010. O comércio ampliado, que inclui veículos, motos e material de construção, avançou 7,4% no mesmo período. “As vendas de automóveis, que se recuperaram rapidamente, já ultrapassaram os níveis vigentes antes da crise”, destaca o texto.

Preços administrados

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A projeção oficial do BC para o comportamento dos preços administrados – as tarifas públicas – subiu no cenário previsto para 2011. De acordo com o relatório, a estimativa de alta para o próximo ano passou de 4% para 4,3%. Para 2010, a estimativa seguiu em 4%, mesmo patamar previsto no relatório anterior, de dezembro de 2009. No documento divulgado de hoje, o BC incluiu pela primeira vez a expectativa para os preços administrados em 2012, que está em alta de 4,5%.

As projeções, feitas no cenário de referência, levam em conta a manutenção da Selic (a taxa básica de juros da economia) em 8,75% ao ano e da taxa de câmbio em R$ 1,80 em todo o horizonte da projeção. Para 2010, o cenário do BC prevê estabilidade nos preços da gasolina e do gás de cozinha. Para a eletricidade, a expectativa é de aumento de 3,3% nas tarifas e alta de 1,6% na telefonia fixa.

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Estoques

Os estoques da economia, segundo também avaliou o BC, já voltaram a um nível considerado “normal”. No relatório, os diretores da instituição afirmam que “o investimento tende a continuar se fortalecendo rapidamente e também encontra suporte em indícios de que o processo de normalização de estoques chegou ao fim”.

No mesmo documento, eles afirmam que a economia brasileira entrou em 2010 sem estoques excessivos. Aliada à retomada do nível de atividade, na avaliação do Copom, “a ampliação de estoques deverá ter impacto positivo no PIB de 2010”.

“Para os próximos trimestres, o Copom avalia que a produção industrial deve continuar crescendo de maneira robusta, com reflexos positivos sobre o emprego e o nível de renda”.