Com o fim da exclusividade das máquinas de leitura de cartões de crédito, o Banco Central acredita que, agora, os desafios do setor passam a ser a redução das tarifas cobradas de lojistas e consumidores e a concorrências da bandeiras de emissão dos cartões. Segundo o chefe do Departamento de Operações Bancárias e do Sistema de Pagamentos do BC, José Antônio Marciano, o fim da exclusividade no credenciamento de lojistas abre espaço para o aumento desse tipo de concorrência.

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“Quem quiser entrar, tem condições para fazer isso agora. Se uma bandeira regional quiser se lançar nacionalmente, há condições de ter participação no mercado. Antes, com a exclusividade, era muito difícil. É de se esperar termos mais competição nas bandeiras também”, afirmou Marciano.

Ele afirmou que espera que a taxa paga pelos lojistas para receber as compras pagas com cartão deve começar a cair a partir de agora. Em 2009, o comércio pagou, na média, 2,98% de cada compra para a credenciadora – empresas como a Cielo e a Redecard. “Não é muito longe do praticado em outros países, cuja média está em torno de 2,50% a 2,80%”, disse. Marciano ponderou, porém, que o prazo de recebimento do dinheiro pelos lojistas no Brasil é maior. Enquanto um comerciante brasileiro demora, na média, 28 dias para receber o pagamento feito no cartão de crédito, um lojista no exterior recebe em 2 a 15 dias em boa parte dos casos.

Chip

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A atualização da pesquisa sobre cartões de crédito do BC mostrou que nos últimos dois anos aumentou a participação dos cartões com chip e do segmento “premium”, para alta renda. Segundo o levantamento, as transações com cartões com chip na função crédito passaram de 9,3% no fim de 2007 para 41,2% em 2009. Na função débito, a participação desse tipo de plástico avançou de 15,5% para 39,4% no mesmo período.

Segundo o relatório, “o crescente uso de cartões com esse tipo de tecnologia contribuiu fortemente para a redução das fraudes nas compras presenciais, uma vez que são mais seguros do que os cartões que possuem apenas tarja magnética, mais suscetível à clonagem”. Essa migração para o chip é iniciativa das próprias instituições financeiras, que têm interesse em reduzir as fraudes.

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Já o segmento considerado “premium” cresceu de 8,7% das transações no fim de 2007 para 12,2% em 2009. Essa evolução, segundo Marciano, pode ser atribuída ao interesse dos clientes pelos programas de recompensa, como as milhas em companhias aéreas.