O presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, considera que a demanda de GNV tende a se estabilizar, mais em função da "saturação do mercado" do que pelo temor do consumidor de falta do combustível. Em entrevista na noite de ontem após participar de evento promovido pelo Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval), Dutra comentou que houve uma redução verificada desde o início de 2007 no número de conversões de veículos para motores movidos com GNV. O porcentual de conversões sobre a frota nacional, segundo ele, teria passado de 2% para 1,2%. "É natural, e decorrente desta saturação do mercado", comentou, dizendo que o ritmo de vendas do combustível está mantido.
Ele avaliou ainda que houve uma surpreendente alta nas vendas oficiais de álcool e que no Estado de São Paulo, se somados os volumes negociados de álcool hidratado e álcool anidro, o combustível proveniente da cana-de-açúcar já ultrapassa o volume vendido de gasolina. Esta é a primeira vez que isso acontece, segundo ele, desde o auge do Proálcool no início da década de 80.
Dutra lembrou, no entanto, que, apesar do ritmo elevado de crescimento das vendas de veículos flexfuel, o acréscimo no porcentual comercializado de álcool se deve a uma redução da clandestinidade neste mercado, devido ao aumento das fiscalizações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre a adulteração e à redução da cobrança do ICMS no Estado de São Paulo, que permitiu maior legalização do combustível vendido.
Para 2008, ainda de acordo com Dutra, há a perspectiva que, na média nacional do abastecimento de veículos de passeio, a gasolina passe de uma fatia de 54% para 51% o e o álcool vá de 38% para 41%. O restante da diferença entre os dois combustíveis corresponde ao mercado atendido pelo GNV.