O novo primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, tomou posse hoje juntamente com os ministros nomeados para seu gabinete de governo, em uma cerimônia no palácio presidencial. Dos 16 ministérios, apenas três não estão mais nas mãos do Partido Socialista (Pasok), do ex-premiê George Papandreou. Mesmo assim, é a primeira vez desde que a Grécia retornou à democracia, em 1974, que os dois principais partidos de oposição concordaram em formar um governo de união.

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O ministro de Finanças, Evangelos Venizelos, foi mantido no cargo e continuará também como vice-primeiro-ministro. O partido Nova Democracia, principal força da oposição, ficou com os ministérios de Relações Exteriores e Defesa, enquanto o nacionalista Laos também ganhou um posto no primeiro escalão do governo.

Apesar do avanço político, o governo ainda enfrentará grandes desafios. O país continua em uma forte recessão, o nível de desemprego está perto de máximas históricas e a administração só tem dinheiro para se manter até meados do mês que vem. A primeira tarefa será conseguir a liberação da sexta parcela do primeiro pacote internacional de resgate que a Grécia recebeu, de 8 bilhões de euros.

Após isso, o governo precisará aprovar e implementar as duras medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais em troca do segundo pacote de resgate. Também será preciso conversar com os credores privados sobre o plano para aplicar um desconto (haircut) de 50% no valor dos bônus gregos.

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O que não está claro é como o povo grego, cada dez mais descontente, vai receber o novo governo, tendo em vista as difíceis políticas que a administração precisará implementar. “Eu acredito que o povo vai ter uma curta lua-de-mel com o governo, mas depois começará a fazer exigências”, diz Panagiotis Petrakis, chefe do departamento de economia da Universidade de Atenas. As informações são da Dow Jones.