Desde o início da semana o pão de sal, também conhecido como francês ou d?água, está sendo vendido por quilo nas padarias da Região Metropolitana de Curitiba. A determinação é do Procon, o órgão de defesa do consumidor, e faz parte de um acordo, assinado no final do ano passado, com o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) e Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria no Estado do Paraná (SIPCEP). O objetivo é coibir os abusos que estavam ocorrendo na hora da venda do produto.
Através de um levantamento, o Procon identificou a ocorrência de venda, por alguns estabelecimentos, da unidade do pão d?água com um peso inferior a 50 gramas. A prática foi confirmada pelo proprietário da panificadora Saint Germain, Lourenço Tadeu Bandeira. Ele explica que o correto é pesar a massa de pão com cerca de 65 gramas, já que depois de assado ele perde até 20% do seu peso. “Alguns pesam a massa com 40 gramas e vendem o pão com 32 gramas. Como na maioria das vezes o consumidor compra pelo visual, acaba pagando por um produto que está abaixo do peso permitido”, explicou.
O dono da padaria Cravo e Canela, Sandro Alves Chueiri disse que os clientes ainda estão se acostumando com a novidade. Alguns acham estranho o pão ser pesado, e outros, pensam que estão pagando mais caro pelo produto. “Na prática é a mesma coisa, pois eles pagavam R$ 0,25 pela unidade, e hoje pagam R$ 5,00 o quilo, o que equivale a vinte pães”, disse o comerciante. Para a empresária Tânia Sena, comprar pão por quilo foi mesmo uma novidade. “Eu não sabia dessa nova regra”, afirma, acrescentando que apesar de diferente, irá economizar. “Eu pagava por dez pães R$ 2,50. Hoje paguei R$ 2,44. Já economizei R$ 0,06”, disse.
Custo
Antes mesmo da medida entrar em vigor, o dono da panificadora Pão Nosso, Haari Strenske já havia adotado a nova modalidade. “Desde dezembro nós vendemos o pão por quilo”, afirmou. Ele entende que a medida apresenta um avanço para o setor, e uma melhoria para o consumidor, que acaba pagando o preço justo. A balconista Dilcelene Moreira comenta que muitos clientes ainda tem dúvidas, mas acabam concordando que o produto por quilo é a forma certa de controlar o preço.
Lourenço Tadeu Bandeira também aprovou a medida adotada pelo Procon, pois acha que ela é mais justa para o consumidor. Porém ele disse que existe um custo operacional maior para os estabelecimentos. Além o tempo para explicar para os consumidores, precisa descontar o preço das embalagens na hora de pesar, além do custo das etiquetas. “Como tenho duas lojas, gasto mais de vinte mil etiquetas por mês”, finalizou.