Pão francês fica mais caro nos próximos dias

O curitibano pode se preparar para pagar mais caro pelo pão francês nos próximos dias, por causa da disparada do dólar e escassez de oferta de trigo no Brasil. Como 70% do trigo consumido pelos moinhos brasileiros é importado – a maior parte da Argentina -os moinhos dizem que não há como evitar o repasse de parte do aumento das cotações do produto nos dois mercados. A tonelada de trigo argentino passou de U$ 186 para U$ 205 nos últimos quinze dias. No Paraná, o cereal que era entregue na indústria por R$ 470 a tonelada, há um mês, era comercializado ontem entre R$ 570 e R$ 600.

“O preço do trigo está subindo todo dia, não só em decorrência do dólar, mas também da escassez no mercado interno”, relata Mário Venturelli, vice-presidente da Associação dos Moageiros de Trigo do Paraná. “Os produtores preferem não vender agora, esperando melhor oportunidade de preço”, completa. A tendência, aponta Venturelli, é o preço da farinha de trigo acompanhar esses aumentos. Segundo ele, não há como estimar o percentual de alta, porque cada moinho adota um sistema de compra. “Alguns priorizam as compras externas, outros, as internas”. No Paraná, existem 26 moinhos.

Desde o início do ano, o preço da farinha de trigo já subiu mais de 30% no Paraná. “Hoje (ontem) se negocia a saca de 50 quilos entre R$ 59 e R$ 64, uma alta de pelo menos 5% em relação à semana passada”, informa Venturelli. “O dólar a R$ 3,50 infelizmente obriga o repasse para o consumidor, embora os moinhos não repassem toda a alta da matéria-prima”, salienta. A saca de 25 quilos de trigo para pão francês, saltou de R$ 18, em janeiro, para R$ 31.

Padarias

“Se o trigo subir, com certeza vamos repassar aos clientes”, diz Joaquim Gonçalves, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação do Paraná. “Mas como a concorrência entre os moinhos é ferrenha, por enquanto evitam repassar aumentos”, comenta. Atualmente, o preço médio do pão francês varia de R$ 0,18 a R$ 0,25 na capital paranaense. “Temos alertado a população para os casos de maus companheiros que diminuem o peso do pão – não fabricam com 50 gramas como a legislação prevê – e especulam com preços abaixo do mercado, em torno de R$ 0,12”, ressalta.

De acordo com Gonçalves, as panificadoras de Curitiba ainda possuem estoque de trigo para os próximos quinze dias. “Se houver mais aumentos, será lamentável. Fico apreensivo quando leio nos jornais sobre a oscilação do dólar, porque vejo no meu segmento (pão destinado à população de baixa renda) que fica difícil para o consumidor absorver esses aumentos”.

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