O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou hoje que a solução encontrada para o Banco Panamericano foi positiva, porque não houve o uso de “nenhum centavo do dinheiro público”. A afirmação foi feita em rápida entrevista coletiva concedida por Meirelles após reunião com o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB/AP).
O presidente do BC observou que a saída para o problema do Panamericano foi dada pelo sócio controlador e pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). “Foi preservado o patrimônio dos acionistas, da Caixa Econômica Federal e dos depositantes”, afirmou. “Foi uma solução que reconstituiu a saúde financeira da instituição”, disse Meirelles, ao comentar que o FGC cumpriu sua missão de preservar os depósitos e o bom funcionamento do sistema financeiro.
Meirelles disse ainda que a autoridade monetária agiu “a tempo e a hora” no caso do Banco Panamericano. Segundo ele, o BC detectou o problema a tempo de que fosse solucionado por meio de aporte de recursos do controlador – no caso o Grupo Silvio Santos -, sem causar prejuízos aos depositantes ou aos cofres públicos e evitando o risco sistêmico.
O presidente do BC destacou que a solução encontrada foi “privada”. Indagado se o banco teria de devolver, no longo prazo, os recursos aportados pelo controlador, Meirelles respondeu que não, que foi um aporte de capital para cobrir os prejuízos e que somente o Grupo Silvio Santos terá que pagar a dívida com o Fundo Garantidor de Crédito (FGV). Henrique Meirelles participa hoje de audiência pública conjunta de várias comissões da Câmara e do Senado.