O Banco Panamericano confirmou nesta quarta-feira que o rombo em suas contas é de R$ 4,3 bilhões. O número aparece no balanço patrimonial divulgado pela instituição, cujo controle passou do Grupo Silvio Santos para o banco BTG Pactual. As irregularidades no Panamericano vieram à tona no início de novembro do ano passado.

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De acordo com o balanço do banco, o montante final das irregularidades está dividido da seguinte forma: R$ 1,6 bilhão referente à carteira de crédito insubsistente; R$ 1,7 bilhão referente a passivos não registrados de operações de cessão liquidados/referenciados; R$ 0,5 bilhão referente à irregularidades na constituição de provisões para perdas de crédito; R$ 0,3 bilhão referente a ajustes de marcação a mercado; e R$ 0,2 bilhão referente a outros ajustes.

Por conta das irregularidades, o Panamericano decidiu informar apenas seus resultados no mês de dezembro – e não no trimestre – já que não seria possível fazer comparações. Em dezembro, o Panamericano teve um prejuízo consolidado de R$ 133,6 milhões, resultado que inclui as empresas controladas nos segmentos de seguros, arrendamento mercantil e consórcios. As demonstrações financeiras divulgadas também foram apresentadas individualmente em relação ao banco, que teve prejuízo de R$ 142,2 milhões no mês.

Em 31 de janeiro, o BTG Pactual fechou a compra da participação do empresário Silvio Santos no Panamericano, por R$ 450 milhões. O dinheiro foi usado por Silvio para liquidar a dívida que ele contraiu com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir o rombo em seu ex-banco. A maior parte do prejuízo será absorvida pelo FGC.

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Limites operacionais

A administração do Banco Panamericano informou que a atual situação de desenquadramento dos limites operacionais estará revertida até o fim de fevereiro. Como explica o relatório da companhia, os “ajustes corretivos” realizados em novembro de 2010 apresentaram reflexos sobre a estrutura de capital do banco, resultando no desenquadramento em relação aos limites operacionais regulatórios, ou seja, Índice de Basileia e margem operacional.

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O quadro deve ser revertido considerando os negócios já realizados pelo banco no mês de janeiro de 2011, o suporte oferecido pela Caixa Econômica Federal, pelo novo controlador, o Banco BTG Pactual, e pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), além do depósito adicional de R$ 1,3 bilhão feito em conta de “Depósito de Acionista” pelo então controlador, o Grupo Silvio Santos, em 31 de janeiro.

O banco afirmou ainda que as demonstrações financeiras consolidadas, a serem preparadas de acordo com as práticas contábeis internacionais (IFRS), serão encaminhadas ao Banco Central (BC) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dentro do prazo regulamentar.

Em 31 de dezembro de 2010, o capital social do Panamericano era representado por 244.343.940 ações, sendo 131.881.028 ações ordinárias nominativas e 112.462.912 ações preferenciais nominativas. Após aprovação do BC e na data de 31 de janeiro, o BTG Pactual passou a deter 37,6% do capital total (fatia que era do Grupo Silvio Santos), a CaixaPar manteve-se com 36,6% e os demais 25,8% estão no mercado.