Palocci vai à Fiesp discutir metas

Pressionado por críticas até mesmo de líderes petistas, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, concordou em se reunir com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para discutir a manutenção da meta de inflação para 2006 (fixada inicialmente em 4,5%) e a definição da meta para 2007. A informação é do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, durante evento para comemorar o Dia da Indústria.

?Fizemos o convite e ele aceitou. Devemos nos reunir em até 15 dias?, disse Skaf. Durante o evento, a Fiesp divulgou documento com críticas à política econômica do governo. Intitulado ?Os 7 pecados capitais da política econômica?, o texto sustenta que a alta da taxa Selic era desnecessária e que seu reflexo é a desaceleração gradual da economia. Há também ataques à valorização do câmbio e ao aumento dos gastos públicos.

?Acho que o ministro (Palocci) até tem poucos pecados, ele deve estar em dia (com Deus). O que está errado é a sua política?, disse o presidente da Fiesp.

Argentina

O presidente da Fiesp rebateu as críticas feitas anteontem pelo presidente argentino, Néstor Kirchner. Em entrevista a uma rádio argentina, Kirchner afirmou que ?os industriais paulistas têm de esquecer de querer fazer uma São Paulo com indústrias e que toda a periferia, inclusive o próprio Brasil, ofereça serviços e matérias-primas?. Segundo Kirchner, os empresários paulistas devem entender que é necessário ?abrir o jogo a toda a região?.

Para Skaf, as críticas de Kirchner não têm fundamentação. ?A indústria argentina está trabalhando com plena capacidade. Para o bem do consumidor argentino, ainda bem que a indústria brasileira tem condições de fornecer produtos com preços competitivos e de qualidade para complementar a necessidade do mercado deles.?

Segundo ele, a Argentina poderia sofrer uma crise de desabastecimento se o Brasil não estivesse exportando para lá. ?Pior seria se houvesse escassez de produtos (na Argentina) e aumento de preços.?

Skaf negou que existam desentendimentos entre os dois países. ?Somos parceiros no Mercosul e temos que trabalhar para termos um bloco cada vez mais fortalecido.?

Ele aproveitou para comparar a economia argentina com a brasileira e mostrar as vantagens do país vizinho sobre o nosso. ?Eles cresceram 8% no ano passado e devem repetir o desempenho neste ano. Ou seja, vão crescer o dobro do Brasil. O câmbio deles está a 2,90 (pesos) enquanto o nosso fica nesse patamar de R$ 2,40.?

Skaf disse que torce pela manutenção desse cenário positivo na Argentina. ?Fico feliz que as coisas caminham bem por lá. Temos que torcer pelos nossos vizinhos.?

O empresário viaja hoje para a Argentina, onde participará da posse de Héctor Méndez, eleito presidente da União Industrial Argentina, espécie de CNI (Confederação Nacional da Indústria) do país vizinho.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo