Brasília  – A equipe do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, elegeu como uma de suas prioridades a tarefa de melhorar a posição do país no ranking mundial de classificação de risco. Neste sentido, aliás, concluiu que o momento é de continuar a fazer o dever de casa. A avaliação da equipe é que, naturalmente, o Brasil vai conseguir avançar no ranking já no próximo ano, tendo em vista a consolidação dos indicadores macroeconômicos e a previsão de crescimento da economia brasileira de, no mínimo, 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Recentemente, a Rússia, pós-moratória, foi agraciada pelas agências com um aval de risco baixo.

O otimismo é descrito num estudo elaborado pela Secretaria de Assuntos Internacionais (Sain) do Ministério da Fazenda, denominado “Risco soberano e prêmios de risco em países emergentes”, de autoria do secretário Otaviano Canuto e do economista Pablo Fonseca Pereira dos Santos.

Segundo o estudo, os primeiros sinais da retomada de crescimento que está prevista para este último trimestre do ano garantem ao País o direito de esperar pela melhoria de sua classificação. O ponto fraco do País, afirmam eles, continua sendo a necessidade de expandir sua corrente de comércio (exportações mais importações) em relação ao PIB.

Para Canuto, a meta será atingida, principalmente, com as negociações comerciais que o Brasil vem realizando:

– São os ingredientes que faltam para que o País, naturalmente, consiga uma classificação melhor.

Pelo estudo da Sain, as agências de rating costumam usar com mais freqüência o estoque da dívida pública em relação ao PIB, o estoque da dívida externa frente às receitas correntes e a corrente de comércio sobre o PIB.

– A melhor coisa que temos a fazer é melhorar esses indicadores. Se o Brasil quiser ter um projeto ambicioso, terá de avançar também nos indicadores relativos ao aumento da corrente de comércio e das receitas correntes do balanço de pagamentos – destaca Canuto.

– Mas o que estava faltando mesmo era o crescimento, que já está aparecendo.

Outro fator que anima o governo é a melhoria na classificação da Rússia e do Sudeste asiático, há cerca de 15 dias. Isso estimula a equipe econômica a apostar numa avaliação favorável ao Brasil.

– Mudamos a forma de agir. Não achamos que o caso seja brigar com as agências. Em vez disso, faremos o dever de casa, porque certamente as notas melhoram. O Brasil teve um rebaixamento de um nível no ano passado – ressalta Canuto.

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