Palocci descarta controle ou tabelamento de preços

O futuro ministro da Fazenda, Antônio Palocci, reiterou ontem que o novo governo não vai tabelar ou controlar preços de nenhum setor. Com relação ao setor de medicamentos, Palocci disse que a atual política em vigor poderá ser prorrogada por um período até que o futuro governo tenha uma política definitiva de preços da indústria.

A política de preços de medicamentos, que define um reajuste anual, termina no dia 31 de dezembro próximo. Segundo Palocci, a prorrogação desse modelo poderia ser feita com a edição de uma MP (Medida Provisória) nos últimos dias desse governo ou nos primeiros dias do novo governo.

Palocci explicou que a intenção é encontrar uma alternativa provisória para o setor, de três a quatro meses, até que a negociação definitiva seja feita com o setor. ??Não é bom para a saúde financeira do país o controle de preços??, disse Palocci.

Ele disse que espera a compreensão da indústria farmacêutica sobre a sensibilidade da área. Palocci afirmou que o acesso aos medicamentos será tratado de uma nova forma, assim como a merenda escolar.

??A questão de medicamentos tem um grande lado público. Há um diálogo a ser feito com o setor??, disse.

Mantega no governo

Palocci confirmou ontem o convite feito ao economista Guido Mantega para compor a equipe econômica do governo. Questionado sobre a possibilidade de Mantega ir para a secretaria executiva do ministério, Palocci afirmou que ainda não há uma definição sobre cargos.

??Ele está no momento de definir sua participação no governo. Disse a ele que me daria satisfação se viesse trabalhar comigo??, afirmou.

Palocci disse que, como se trata de um assessor do presidente eleito, essa participação seria discutida com Lula.

Segundo Palocci, já estão sendo levantados nomes para a formação de sua equipe no ministério, mas o prazo para que os nomes sejam anunciados não está definido.

Palocci disse que não há filtro ideológico na formação da equipe econômica, que deverá contar com profissionais de carreira do próprio ministério e nomes do mercado. O futuro ministro da Fazenda disse apenas que a secretaria de Política Econômica será ocupada por uma pessoa capacitada para a formação de políticas econômicas: ??Um economista, e não médico.??

Ele disse estar conversando com tranquilidade com o atual secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, e com outros membros do atual governo, mas que a idéia é montar uma nova equipe.

“Pé na porta”

O futuro ministro da Fazenda, disse, ainda, que irá trabalhar com o ??pé na porta?? na execução do Orçamento. Segundo ele, o Ministério do Planejamento tem atribuição de operar o Orçamento e o da Fazenda, de contingenciar gastos.Ele afirmou que o futuro governo só irá realizar os gastos quando tiver receita ??evidente??. Os gastos baseados em receitas ??possíveis?? serão tratados com moderação. Ele disse, no entanto, ter a confiança de que os deputados estão fazendo um Orçamento real. Segundo ele, haverá integração entre os ministérios do Planejamento e Fazenda para uma execução adequada dos programas.

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