O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, admitiu ontem que o Brasil vive uma “recessão relativa”. Segundo ele, não é possível falar que a recessão é geral diante do crescimento de alguns setores da economia como o de agronegócios.
“Nossa recessão é relativa. Temos uma economia assimétrica. Como é possível falar em recessão com a produção de grãos e a indústria de agronegócios crescendo em patamares tão elevados?”, questionou ele, durante debate promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O ministro disse que existem projeções de que o Brasil será o maior produtor mundial de grãos no prazo de 12 anos. Provocado pelo presidente da CUT, Luiz Marinho, e pelo economista Luiz Gonzaga Beluzzo, que disseram que o Brasil chegou ao fundo do poço, Palocci respondeu que é preciso ver primeiro qual é o tamanho do poço.
“A realidade brasileira é dura. Não há mágica para fazer políticas de ajuste fiscal para sair da crise. O Brasil, neste ano, conseguirá sair da crise sem perder produto.”
Palocci citou outros países como o México e a Coréia, que tiveram uma perda de PIB da ordem de 6% na crise de 1997.
Anteontem o IBGE divulgou resultado de pesquisa em que aponta crescimento econômico da ordem de 1,3% no segundo trimestre, o que caracterizaria “estado de recessão”. O governo espera crescimento para o terceiro trimestre e fechar o ano acima de 2%.