Alegando necessidade de ajudar setores mais afetados pela crise, os países ricos multiplicam seus subsídios à agricultura. Hoje, ministros das maiores economias se reúnem na Índia para debater como retomar a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas, enquanto os discursos serão usados para mostrar compromisso com a reforma do sistema comercial, a realidade é que americanos e europeus ampliam os subsídios. Em alguns setores, o aumento é de 400% nos últimos três anos.

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O Brasil e outros países emergentes darão uma mensagem de que está na hora de o governo americano mostrar o que está disposto a fazer para abrir seu mercado e, sobretudo, reduzir os subsídios agrícolas. O encontro, que ocorre com a participação do chanceler Celso Amorim, foi organizado para tentar dar um sinal ao G-20 (grupo das 20 maiores economias) e visa a oferecer à cúpula do grupo visões do que fazer para avançar com Doha, em crise.

O Itamaraty deixa claro que está insatisfeito com o comportamento do presidente Barack Obama que, em nove meses, ainda não deu sinal de qual será sua política comercial. A esperança, em Nova Délhi, é de que a Casa Branca finalmente revele sua estratégia. Para o secretário de Comércio da Índia, Rahul Khullar, a meta da reunião é garantir que todos voltarão a negociar “de boa-fé”. Mas Roberto Azevedo, embaixador do Brasil na OMC, alerta que os EUA não têm cumprido nem as regras do passado, o que põe em risco a credibilidade das novas negociações que já duram oito anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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