A formação de uma organização mundial dos grandes produtores de gás está em fase final, de acordo com o vice-ministro e diretor executivo da National Iranian Gas Company (NICC), Azizollah Ramezani. “Já estão sendo realizados os contatos entre os principais produtores, Rússia, Irã, Qatar e Nigéria e, de fato, estão desenvolvendo as bases da organização e estão buscando a aprovação do estatuto”, afirmou, durante entrevista na Conferência Mundial de Gás, que termina hoje em Buenos Aires.
A ideia é criar um grupo que funcione como uma “Opep do Gás”. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) coordena a produção de óleo cru com o objetivo de evitar preços baixos para a commodity. Os integrantes do grupo trabalharão para tornar o mercado de gás previsível e a base formal da organização ficará no Catar. Segundo Ramezani, os contatos para a redação do estatuto são feitos “não só entre os principais produtores, mas também com os principais consumidores” de gás.
“O objetivo principal desta associação seria estabelecer boas relações entre os fornecedores, os consumidores e os comerciantes de gás; facilitar o desenvolvimento de novas infraestruturas e os laços entre os distintos países e o desenvolvimento de novas linhas de transporte”, explicou. Ramezani projetou uma atividade de longo prazo para a Opep do gás. “Considerando a disponibilidade de gás no mundo, esta seria uma organização que poderia estar ativa durante mais de 80 anos com vistas ao futuro”, ressaltou.
O presidente da diretoria executiva na Holandesa Gasunie, Marcel Kramer, por sua vez, opinou que a organização será fundamental para a consolidação do setor. “O mundo do gás é cada vez mais globalizado e complexo e, por isso, essa iniciativa é muito positiva porque os países e as companhias pensam que através do intercâmbio se incrementa a possibilidade de compreender e enfrentar melhor os desafios”, afirmou.
Entretanto, os especialistas do setor afirmam que, em um horizonte igualmente mais longo, a previsão é de que os preços tendem a subir. A Opep do gás vai reunir Argélia, Bolívia, Brunei, Egito, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Irã, Líbia, Malásia, Nigéria, Qatar, Rússia, Trinidad e Tobago e Venezuela.