O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil vai trabalhar no âmbito do G-20 (grupo com 20 países em desenvolvimento) a questão do câmbio artificialmente desvalorizado na China. Ele não respondeu se o Brasil, em algum momento, vai ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o gigante asiático por conta da política cambial daquele país.
"Se outras economias praticam taxas de câmbio artificialmente desvalorizadas, nós ficamos em desvantagem", disse em entrevista coletiva à imprensa após audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados.
Mantega afirmou que o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, instigou o Brasil a endurecer nesta questão do câmbio chinês, que vem sendo abordada pelos Estados Unidos já há algum tempo. "É interessante para o Brasil que haja valorização no câmbio chinês", disse Mantega, ao explicar que uma alta de 30% no yuan colocaria os produtos brasileiros em pé de igualdade com os chineses.
O ministro disse que vai fazer um discurso mais incisivo cobrando mudanças na política cambial chinesa na reunião do FMI marcada para outubro próximo.