Brasília – Depois de abrir o mercado chinês para a exportação de carne bovina na semana passada, o governo vai investir pesado para conquistar o mercado dos Estados Unidos e do Canadá.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, embarcou na noite de ontem com destino a esses dois países para solicitar que equipes de veterinários americanos e canadenses venham ainda este ano inspecionar os frigoríficos localizados nas principais regiões produtoras de carnes do País.
“Já enviamos as informações para que os Estados Unidos e o Canadá pudessem fazer as respectivas análises de risco. Agora queremos que eles venham visitar frigoríficos para que essas empresas possam se habilitar à exportação”, afirmou.
Mercado
Os Estados Unidos são hoje um dos maiores mercados mundiais para carne bovina e o Brasil, segundo Oliveira, tem interesse em suprir a demanda de carne fresca que não é ofertada pelas empresas americanas, como a adquirida pela indústria de hambúrguer (carne magra de dianteiro).
A maior parte das importações americanas é feita dos seus dois parceiros do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), Canadá e México e da Austrália. Oliveira explicou que o pedido a ser apresentado pelo Brasil incluirá os três países do bloco, embora o México tenha pouca relevância.
Aftosa
As negociações para vender carne bovina fresca para os Estados Unidos começaram há cerca de dois anos, mas foram interrompidas no ano passado por causa da reincidência de aftosa no Sul.
Em abril, o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, esteve em Washington e, em reunião com a secretária de Agricultura americana, Ann Veneman, entregou a documentação atestando que o produto brasileiro não apresenta riscos para consumo em relação à aftosa e à BSE (vaca louca).
No roteiro de viagem de Oliveira, a primeira visita é ao Canadá, onde serão realizadas reuniões nesta quinta e sexta-feira com os técnicos da Agência de Inspeção Alimentar daquele país. O governador de Santa Catarina, Espiridião Amin, também estará presente. Santa Catarina quer negociar a venda de carne de aves, já como consequência do acordo de equivalência sanitária firmado no final do mês passado entre o Brasil e o Canadá.
Por ser o único Estado considerado livre da febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina tem grandes possibilidades para vender seus produtos. Com os canadenses, a agenda também inclui conversas sobre a aquisição de frutas frescas.
Na segunda-feira, o secretário do Ministério da Agricultura estará em Washington, onde se reunirá com os técnicos do Departamento de Agricultura (USDA). No ano passado, as exportações de carnes totalizaram US$ 2,5 bilhões, o que representou US$ 1 bilhão a mais do que em 2000. Para este ano, apesar da queda nos preços das carnes no mercado internacional, a meta é ultrapassar essa quantia, especialmente com a abertura de novos mercados.